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Uso do celular durante a viagem

Já parou para pensar sobre o uso do celular durante a viagem ? Sem perceber, passamos horas rolando a tela e deixamos de aproveitar a viagem!

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Alguma vez você já parou para pensar sobre o uso do celular durante a viagem? É sobre isso que fala o episódio 10 do Podcast Papo de Viajante Solo – EP#10

saber quanto tempo você usa o celular a cada dia? E já fez a conta de quanto tempo de vida isso representa ao longo de um ano? Nas viagens, a mesma coisa acontece e, neste pod, Denise faz a conta e te dá alguns pontos de reflexão para você escolher como será a sua relação com o celular durante a viagem.

Você pode ler a transcrição ou apertar o play para ouvir o podcast.

Você já parou para pensar quanto tempo, durante a sua viagem, você passa no celular?

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Quanto tempo por dia você fica no celular?

Bom dia, estamos começando mais um Papo de Viajante Solo e hoje quero te perguntar se você já parou para fazer uma continha muito simples: quanto tempo você fica no celular a cada dia?

Eu fiz uma conta rápida aqui. Se se você ficar duas horas durante o dia no celular, isso equivale a 730 horas, e isso equivale a 30 dias da sua vida ao ano. É bastante tempo. Você já parou para pensar nessa continha?

O que eu tenho para falar sobre isso? Não sei se você sabe, se eu já comentei em alguns dos podcast já, não lembro mais. Mas logo que eu voltei da viagem de 3 meses pela Europa, eu comecei a sentir um pouco de ansiedade. Eu estava tratando ela já com homeopatia, mas eu achei que não estava sendo suficiente. E aí comecei a inserir algumas rotinas na minha vida que começaram me ajudar.

A primeira delas foi começando a ficar menos tempo usando o celular. Depois eu comecei a meditar, comecei a ler sobre o estoicismo, que é uma filosofia de muitos anos, de 300 anos antes de Cristo. Comecei colocar algumas coisas na minha vida.

E fui pesquisar um pouco sobre a ansiedade, que todo mundo fala que é a doença do século, junto com a depressão. A gente tem já um excesso de informação e isso acaba super estimulando o nosso cérebro, a nossa vida e tudo.

A gente já é distraído por natureza, já veio de fábrica isso. Então quantas vezes você já não pegou o seu celular para fazer alguma coisa, como ver a temperatura, e aí você fez 30 outras coisas, menos ver a temperatura? Já deve ter acontecido isso com você. Quando acontece isso, é quando na verdade a gente deixa o nosso celular, a tecnologia, mandar na gente, porque a gente já é distraído por natureza. A gente entra naquele negócio lá, naquele circulozinho e, sem nem perceber, a gente está fazendo milhões de outras coisas que não aquilo que a gente se propôs a fazer.

E isso tem uma explicação. O uso do celular acaba causando uma sensação de prazer e isso não sou eu que estou dizendo. Há vários estudos, você pode procurar. Um deles que eu li foi no Center for Internet and Technology Addiction. Eles falam sobre isso. A cada notificação que a gente recebe, a cada like, cada mensagem, cada sonzinho que celular toca, libera no cérebro um pouquinho de dopamina, que deixa a gente mais excitado, mais ligado.

A gente acaba entrando nessa roda, acaba não fazendo o que tem que fazer e quando chega no final do dia a gente está esgotado.

É claro que o celular hoje em dia nos ajuda para mil coisas. Eu acabei de comprar um ar-condicionado split que tem voice, ou seja, se eu quiser, eu posso ligar ele em um aplicativo e comandar ele com a minha voz. Eu acho isso o máximo, não sei você, mas eu amo tecnologia.

Qual será a nossa relação com a tecnologia?

Mas o que a gente tem que definir é qual vai ser a nossa relação com a tecnologia. E aí você vai me perguntar: “o que isso tem a ver com viagem?”. Tem tudo a ver com a viagem!

O que eu quero dizer é que a gente tem que pensar em qual vai ser a nossa relação com a tecnologia: nós vamos controlar a tecnologia ou nós vamos deixar que a tecnologia nos controle?

É essa a minha luta diária. A minha e de um monte de pessoas que eu conheço. Tem sido a minha luta diária porque eu estou tentando estabelecer uma relação com a tecnologia. Eu estou tentando ter clareza nessa relação que eu vou ter com a tecnologia, porque eu sempre gostei muito de tecnologia, mas eu não posso deixar ela dominar minha vida. Eu não posso acordar de manhã e a primeira coisa da minha vida vai ser olhar as notificações. Eu tenho tentado não fazer isso.

E aí a mesma conta que eu fiz, que seu uso o celular duas horas por dia, isto equivale a 730 horas ao ano, que equivale a 1 mês da minha vida usando o celular. É um mês da minha vida a cada ano que eu estou grudada no celular olhando as notificações, scrollando no Instagram, no Facebook. Não importa qual das ferramentas que a gente gasta mais tempo, não importa qual delas. O que importa é esses 30 dias da nossa vida que a gente está ali grudado com a tecnologia.

Então o que eu tenho tentado fazer, dia após dia, é ver qual o uso da tecnologia que agrega valor à minha vida. Vou dar um exemplo. Eu uso o celular para meditar. Eu uso um aplicativo para meditar e meditar agrega valor à minha vida, me deixa mais tranquila, me tira dessa loucura da ansiedade. Vamos entrar aqui então na hora da viagem.

Uso o Google Maps para me guiar quando eu estou em um destino que eu não conheço; eu uso o celular para chamar um transporte de aplicativo; eu uso o celular para entrar no aplicativo que vai me dizer qual estação do metrô que eu estou e para onde eu tenho que ir para chegar naquele lugar; eu uso o celular para comprar um ticket online para furar fila.

Uso do celular durante a viagem: a conta que fiz

A mesma conta que eu fiz do uso normal do celular, eu fiz também durante uma viagem. Então vamos usar aqui um exemplo de uma viagem de 10 dias, em que eu vá usar nessa minha viagem 20 horas do celular. Se eu usar, na verdade, duas horas por dia, vai dar 20 horas ao longo desses 10 dias de viagem e isso equivale a quase 10%, 8,33% do seu dia. São 20 horas durante uma viagem de 10 dias, ou seja, é quase um dia inteiro desses 10 dias que você vai estar usando o celular.

E o que a gente vai fazer? A gente vai jogar o nosso celular no lixo? Não vai usar durante a viagem? Não, negativo. Eu sempre falo que é super legal quando a gente viaja sozinha, a gente estar conectada, a gente estar se comunicando, mandando notícia em casa. Mas como é que a gente vai usar essas duas horas aí que a gente passa por dia na viagem, já que é quase um dia? A gente vai usar ela para ficar scrollando o feed do Instagram para ver o que os outros estão fazendo? A gente vai ficar o tempo todo durante a viagem dizendo: “Oi, tudo bem? Agora eu estou aqui e não sei o quê…”.  Tudo bem,  você pode fazer isso, se você achar que é isso que é importante para você.

Fotografando com o celular em Cesky Krumlov, República Tcheca

O que eu quero te dizer é: o que durante a viagem pode agregar valor à sua vida?  No que a tecnologia pode ajudar durante a sua viagem, mas que você não fique o dia inteiro grudado no celular? Porque enquanto você está no celular, você não está conectada com aquele lugar que você está viajando, você não está conectada com você mesma, você não está conectada com aquela pessoa, com aquele guia. Você está lá no Stories de repente mostrando um lugar para as pessoas ali ao vivo e você não está escutando aquele guia que você pagou para te contar sobre o lugar. E olha quanta riqueza você vai perder se você tiver que ir no Stories o tempo todo.

Isso é o que eu procuro fazer na minha viagem para que eu possa aproveitar mais a tecnologia. Eu não estou ligada lá no Stories compartilhando com vocês e por muito tempo eu achei que eu deveria estar lá, que eu tinha essa obrigação de estar lá falando para vocês e mostrando para vocês a minha viagem.

Viva o momento presente durante a viagem

Nessa minha última viagem eu entendi que não, que eu podia simplesmente aproveitar aquele momento que eu estava tendo ali naquela viagem, com aquela pessoa que estava me guiando, com aquela pessoa que eu esbarrei na rua, com aquela pessoa que estava ali do meu lado fazendo a viagem comigo, o tour, visitando aquele museu. Que eu podia trocar com ela, perguntar da onde ela veio, como era, o quanto ela viajava, se ela costumava viajar sozinha ou não, que ela achava de viajar sozinha, se ela tinha medo, se ela não tinha medo. Ou se eu estivesse conversando com uma pessoa do local, onde eu poderia ir comer uma comida legal diferente, o que eles costumavam comer.

O que eu quero deixar aqui como reflexão, na verdade, é como que você pode, durante a sua viagem, se conectar mais com aquele destino que você escolheu conhecer, se conectar mais com você mesma, porque afinal de contas você escolheu viajar sozinha, você está indo sozinha.

E o fato de você estar indo sozinha não quer dizer que você vai ficar o tempo todo sozinha, isso também é uma questão de escolha. E se você escolheu fazer uma tour com um monte de outras pessoas, por que não conversar com essas outras pessoas que estão ali com você? Porque provavelmente elas vão ser turistas como você, elas vão vir talvez de um outro lugar ou talvez elas venham até do Brasil, porque você vai encontrar muito brasileiro quando você está viajando para fora do Brasil.

Ou se você está viajando aqui no Brasil, por que não dar um “oi, tudo bem?” para aquela pessoa, se conectar com aquela pessoa em vez de se conectar somente com seu celular?

Está tudo bem se você quiser fazer isso, mas que você tenha consciência de que isso é legal para você. Porque às vezes a gente faz tudo isso, a gente se conecta com o nosso celular o tempo todo, a gente perde um tempão ali scrollando e olhando a vida dos outros, quando na verdade a gente está lá naquela viagem, a gente está no destino que a gente escolheu conhecer e a gente não está conhecendo, porque a gente está lá “dentro” do celular.

Então, tem que fazer sentido. Se isso faz sentido para você, ok. Quem sou eu para dizer? Mas estou contando como eu descobri que talvez isso não faça sentido. Eu achava que eu tinha que estar o tempo todo falando para o meu público, para minha audiência o que estava acontecendo durante a minha viagem, mas não.

Na verdade, eu descobri que o que eu gosto de fazer é estar presente ali naquele lugar, viver aquele momento. E não é que eu não vá compartilhar com vocês, mas que eu podia compartilhar mais tarde, quando eu chegasse ao hotel, quando eu estivesse deitada de perna para cima. Não precisava ser um Big Brother instantâneo da minha viagem. Eu não preciso fazer isso.

Eu me sentia muito culpada porque eu não fazia. Dizia: “Ai caramba, eu tenho um blog de viagem. Eu preciso estar aqui o tempo todo narrando, falando”. E na verdade não, porque a viagem é minha, depois ela vai ser minha com vocês. A viagem é só minha, aquele momento é só meu, eu quero curtir aquele momento, eu quero estar presente ali.

Eu quero me conectar com aquela pessoa que eu estou pagando para me guiar, eu quero me conectar com aquela pessoa que está ali, que cruzou, que eu tropecei, que eu bati sem querer na rua. Eu quero estar ali e viver aquele museu que eu entrei para visitar. Eu quero ver o que tem lá dentro. Eu não preciso estar compartilhando com as pessoas instantaneamente.

Então, a reflexão que eu trago hoje é essa: como você pode aproveitar melhor a sua viagem com a tecnologia, com seu celular, com a sua câmera? Não tem nada de errado em amar celular, amar o Instagram, o Facebook. Está tudo bem, não tem problema nenhum. Como é que você vai, talvez, diminuir esse tempo?

Faz essa conta para ver quanto tempo você passa do seu dia com a tecnologia e está tudo bem, não tem problema nenhum. Mas será que você quer gastar todo esse tempo da sua vida conectada com seu celular lá na rede social?

Será que não tem outras coisas mais legais e que vão te agregar mais valor que você pode fazer? Como escrever, fotografar, conversar com aquela pessoa que está do seu lado na viagem ou na sua vida.

É essa a reflexão que eu queria trazer aqui para você. Quanto do seu tempo você vai entregar à tecnologia? O quanto você vai deixar a tecnologia te dominar? E saiba que isso é normal, que tem acontecido com todo mundo, mas que isso é uma escolha.

Você pode escolher ficar às vezes menos 15 minutos no dia, menos meia hora no outro dia. Você pode escolher durante a sua viagem, só se conectar mais tarde e aproveitar mais aquele momento, aquele destino que você escolheu, aquele destino que vocês sonhou tanto conhecer. Porque as viagens não deixam de ser sonhos.

Então pense nisso, faça essa conta, porque vai ser uma coisa muito legal. Eu prometo para você, tenho certeza, você vai curtir mais a sua viagem, você vai ter mais coisa para você contar quando você voltar.

Eu sou a Denise Tonin e esse foi mais um Papo de Viajante Solo. Eu espero que você tenha gostado do assunto. Se você quiser compartilhar comigo o que você faz na sua viagem, se isso serviu para você, se isso não serviu para você, se é uma grande besteira, está tudo bem também.

Se você quiser participar, pode mandar um e-mail para papode@viajantesolo.com.br

Denise Tonin
Denise Tonin
Sou viajante solo por opção e paixão! Viajei muito mais do que escrevi por aqui, mas vale dizer que o que realmente importa não é a quantidade de países que visitei, mas o quanto consegui me conectar com cada lugar e com as pessoas que cruzei nas viagens. O mais importante ainda é o quanto consegui me conectar comigo mesma! Busque por conexão e se entregue e verá a mágica acontecer. Suas viagens, além de incríveis, serão transformadoras!

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