O que fazer viajando sozinha? 10 dicas para aproveitar ao máximo

O que fazer viajando sozinha? 10 dicas para aproveitar ao máximo

10 ideias práticas do que fazer viajando sozinha para curtir sua jornada com autonomia e autenticidade.

Muitas mulheres me perguntam: o que fazer viajando sozinha? Essa dúvida é mais comum do que parece — e totalmente compreensível. Afinal, fomos ensinadas por muito tempo a associar viagens à companhia. Mas a verdade é que a sua melhor companhia pode ser você mesma.

Estar acompanhada não é sinônimo de segurança

Se você ainda sente insegurança, quero te lembrar de algo importante: estar acompanhada não é garantia de que tudo dará certo. Segurança, felicidade ou sucesso em uma viagem não dependem da presença de outra pessoa.

Aliás, quantas mulheres você conhece que já passaram por situações difíceis mesmo acompanhadas? Eu mesma já vivi isso. Me lembro de um assalto no Rio de Janeiro, quando voltava de um evento com meu sócio, o Marcão — um cara alto, forte, com cara de mau. Mesmo assim, fomos abordados por um assaltante armado. Eu fiquei sem nada. E ele? Saiu com carteira e documentos intactos. Estar acompanhada me impediu de ser assaltada? Não mesmo.

Por isso, é hora de repensar essa ideia de que precisamos de alguém para validar nossas escolhas ou nos proteger o tempo todo. A sua presença já é valiosa por si só. Se você tem vontade de conhecer um lugar, vá. Não adie seus sonhos esperando a agenda ou a coragem de outra pessoa.

E agora, vamos à pergunta principal: o que fazer em uma viagem sozinha? Ao longo desses anos viajando por conta própria, descobri inúmeras atividades para fazer sozinha em viagem que me conectaram ainda mais com os lugares — e comigo mesma.

Como aproveitar ao máximo sua viagem solo

Neste post, compartilho dicas do que fazer sozinha em viagem, todas testadas e vividas por mim em diferentes partes do mundo.

1. Escolha um destino que você quer muito conhecer

Nada mais transformador do que realizar um desejo profundo — seja ele antigo ou recém-descoberto. Em uma das minhas viagens mais emocionantes, fui sozinha até Citadella di Padova, no norte da Itália, em busca da certidão de nascimento do meu bisavô. Era uma cidade pequena, charmosa e cheia de história, onde bastaram dois dias para que as pessoas já me reconhecessem pelas ruas.

Essa viagem foi muito além do turismo. Foi um mergulho nas minhas raízes, um resgate de histórias de família e um exercício de pertencimento. Estar sozinha me permitiu viver tudo com calma, atenção e significado — desde as conversas com os moradores até os momentos de silêncio andando pelas muralhas da cidade.

Outro destino que realizei por um desejo antigo foi Atenas, na Grécia. Quando eu era criança, tive que fazer um trabalho de história sobre Atenas e Esparta — e desde então, Atenas entrou para a minha lista de sonhos. Estar diante da Acrópole, sentar na escadaria do Partenon e imaginar como era a vida ali há milhares de anos foi como dar vida a uma memória de infância. Um sonho antigo, vivido com olhos de adulta.

2. Explore a gastronomia local

Comer sozinha pode parecer desafiador no começo, mas também é uma das formas mais deliciosas de celebrar a sua liberdade. Quando viajo, encaro as refeições como parte da experiência cultural — e não como um momento solitário.

Em Cracóvia, na Polônia, descobri por acaso um restaurante duas estrelas Michelin bem no coração da Rynek Główny, a belíssima Praça do Mercado. O valor era acessível e eu não pensei duas vezes: me dei esse presente. Sentei em uma mesa de canto, pedi o menu degustação e deixei que cada prato contasse uma história. Foi uma experiência sensorial e emocional, daquelas que a gente nunca esquece.

Já em Montevidéu, me propus a explorar os melhores restaurantes da cidade — e confesso que foi um dos roteiros mais saborosos que já fiz. Um dos meus favoritos foi o Es Mercat, onde me deliciei com frutos do mar frescos e um ambiente acolhedor, perfeito para curtir minha própria companhia. Compartilhei todas essas experiências no post restaurantes para comer bem em Montevidéu, caso você queira se inspirar também.

Viajar sozinha também é isso: saborear novos pratos, se abrir para o inesperado e descobrir que sua própria companhia pode ser a melhor da mesa.

3. Participe de tours e experiências guiadas

Fazer um tour guiado é uma excelente forma de se sentir segura, aprender mais sobre o destino e ainda conhecer outras pessoas pelo caminho. Quando viajo sozinha, costumo incluir pelo menos uma experiência desse tipo — seja cultural, gastronômica ou de natureza.

Em Budapeste, por exemplo, participei de um walking tour gratuito pelo centro histórico. O guia era superengraçado, contou curiosidades que eu nunca teria descoberto sozinha e ainda deu várias dicas locais, como onde comer barato e seguro. Foi ótimo para me situar na cidade logo nos primeiros dias e entender um pouco mais da história do lugar.

Já em Paris, fiz um tour guiado pelo Museu do Louvre. O museu é enorme e confuso para quem está sozinha pela primeira vez, mas com o guia tudo fluiu. Consegui compreender melhor as obras, não precisei me preocupar com filas e ainda aproveitei para tirar dúvidas no caminho. Me senti muito mais confortável e confiante com essa escolha.

E em Montevidéu, fiz um free walking tour que acabou rendendo muito mais do que história e arquitetura. Durante o passeio, encontrei outras mulheres viajando sozinhas e, depois de tanto papo bom, combinamos de sair à noite para um bar local com música ao vivo. Foi uma daquelas conexões espontâneas que só acontecem quando a gente se permite estar aberta ao novo.

Essas experiências guiadas trazem não só informação, mas também acolhimento. São momentos em que você se sente parte de algo maior, mesmo estando sozinha. E mais: são oportunidades incríveis para puxar conversa com outros viajantes, criar vínculos e, quem sabe, viver momentos inesquecíveis ao lado de desconhecidos que viram companhia.

4. Se permita momentos de descanso e contemplação

Viajar sozinha não é só sobre estar em movimento — também é sobre aprender a pausar, ou melhor, a flanar, como eu gosto de dizer. Sair sem rumo, caminhar sem destino certo, deixar o dia te levar. Em meio a tantas descobertas, reservar um tempo para simplesmente descansar ou contemplar o que está ao redor é um presente que só você pode se dar.

Em Niagara Falls, no Canadá, me lembro de ter passado quase uma hora sentada num banco de frente para as cataratas. Sem pressa, sem foto, sem compromisso. Só observando aquela força da natureza e sentindo o vento gelado no rosto. Foi um momento de silêncio e reconexão — comigo e com o mundo.

Já em Viena, entre um museu e outro, encontrei um daqueles cafés tradicionais austríacos. Sentei com um caderninho, pedi uma fatia generosa de apfelstrudel e fiquei observando a rua lá fora, como se o tempo tivesse diminuído o ritmo só pra me acompanhar. Não precisava fazer nada, provar nada. Só estar ali.

Esses momentos de pausa têm um valor imenso, especialmente em viagens solo. São nesses silêncios escolhidos que a gente escuta melhor a si mesma. Pode ser um café tranquilo, uma caminhada no parque, um pôr do sol à beira-mar. O importante é permitir-se estar presente, sem pressa, sem cobrança — apenas flanando por aí. Viajar sozinha é também um convite para descobrir como aproveitar a própria companhia com prazer, calma e liberdade.

5. Faça novas amizades pelo caminho

Uma das maiores surpresas de viajar sozinha é perceber o quanto estamos disponíveis para o novo — inclusive para novas conexões. Quando você está só, as pessoas naturalmente se aproximam. E quando você está aberta, a troca acontece com leveza, sem esforço.

Durante uma visita à Mina de Sal de Wieliczka, em Cracóvia, conheci dois meninos portugueses super simpáticos, Bruno e Rui, ambos enfermeiros. Começamos a conversar na descida dos intermináveis degraus da mina — éramos os únicos de língua portuguesa naquele grupo, e isso já nos conectou de imediato. Seguimos juntos durante o tour e, de lá pra cá, mantivemos contato. Eles são os criadores do perfil @our_parallel_universe_, onde compartilham suas viagens pelo mundo. Viraram amigos que levo na bagagem da vida — e tudo começou com um simples “vocês também falam português?”.

Já em Curaçao, estava jantando sozinha no restaurante Los Toros, quando conheci um casal de Belo Horizonte, a Andrea e o Rodrigo. Começamos a conversar ali mesmo, entre um prato e outro, e no dia seguinte fizemos juntos o passeio para Klein Curaçao. Foi um dia incrível, cheio de leveza, sorrisos e conexão. Um encontro totalmente inesperado — e inesquecível.

Viajar sozinha não significa estar isolada. Pelo contrário: é uma chance de se conectar com o mundo e com pessoas que talvez você nunca conhecesse se estivesse acompanhada. Às vezes, uma amizade de um dia fica guardada pra sempre no coração. Outras, viram laços para a vida.

6. Planeje um dia de autocuidado

Viajar sozinha também é uma oportunidade de olhar para dentro e cuidar de si com carinho. Em meio aos roteiros e descobertas, reservar um dia só para você — sem pressa, sem expectativas — é um ato de amor próprio que transforma a experiência.

Em Paris, escolhi me desligar completamente da correria dos pontos turísticos e tirei um dia inteiro para mim. Comecei com um café da manhã tranquilo em um bistrô charmoso, segui para uma caminhada pelo Jardim de Luxemburgo e, no meio da tarde, me presenteei com uma massagem em um spa discreto perto do Marais.

Terminei o dia sentada às margens do Canal Saint-Martin, vendo as folhas caírem na água, ouvindo o burburinho suave dos cafés ao redor e sentindo que aquele momento era só meu — e era suficiente.

Já na Praia do Rosa, em Santa Catarina, fiz questão de passar um dia inteiro desconectada. Acordei cedo, caminhei pela praia quase deserta, sentei nas pedras com um café e passei horas só observando o vai e vem das ondas. Foi um dia de silêncio, de respiro, de reconexão com a natureza e comigo mesma. Um autocuidado simples, mas profundo.

Esse tipo de autocuidado pode assumir várias formas: uma aula de ioga ao ar livre, um banho demorado, uma massagem, uma caminhada solitária na natureza ou simplesmente dormir até mais tarde. Não importa onde você esteja — o mais importante é se escutar e respeitar o que o seu corpo e sua mente estão pedindo naquele momento.

7. Faça algo inusitado ou novo

Viajar sozinha também é se permitir sair da zona de conforto — e às vezes, é nesse lugar de leve desconforto que a mágica acontece. Quando você está por sua conta, sente mais liberdade para dizer “sim” a experiências que talvez recusasse se estivesse acompanhada.

No sul do Brasil, em São Francisco de Paula (RS), tive a chance de viver algo completamente novo: uma experiência guiada de caça aos cogumelos com um especialista local. Foi uma caminhada deliciosa pela mata, cheia de aprendizado e conexão com a natureza. Depois, ainda finalizei o passeio com um almoço especial no Parador Hampel, com pratos preparados ali mesmo, usando os cogumelos que havíamos colhido. Um verdadeiro banquete para os sentidos.

E na Finlândia, me vi cercada por renas em uma fazenda local — com direito a alimentar esses animais lindos com as próprias mãos, enquanto aprendia sobre os costumes do povo Sami. Foi uma vivência doce, calma, quase mágica, que nunca teria acontecido se eu não tivesse me permitido ir até lá sozinha.

Fazer algo inusitado pode ser tão grandioso quanto um esporte radical ou tão simples quanto experimentar um ritual típico de outro país. O importante é permitir-se viver o inesperado — é disso que as melhores memórias são feitas.

8. Fotografe sua jornada

Fotografar é, pra mim, uma forma de estar presente. De capturar não só a paisagem, mas o sentimento daquele instante. Viajar sozinha me aproximou ainda mais da fotografia — é quando estou em movimento, livre e em silêncio, que encontro os enquadramentos mais sinceros.

Sempre fui apaixonada por registrar o que vejo, e faço isso com meu celular e, quando possível, com o drone. Não tem produção, nem direção de ninguém — sou eu, a luz daquele momento e a vontade de guardar aquilo pra sempre.

Em Nova York, encontrei em cada esquina uma possibilidade de clique. A cidade tem esse poder de inspirar, com sua arquitetura, seus parques, sua energia viva e imprevisível. Bastava estar atenta — e com o celular na mão.

Em Paris, caminhei pelos arredores da Torre Eiffel, observando como a luz mudava entre os prédios, as árvores e os reflexos no Sena. Gosto de olhar essas fotos e lembrar do barulhinho dos cafés, do vento batendo no rosto, da calma que só senti estando sozinha ali.

E em Curaçao, levei o drone para registrar do alto as paisagens de tirar o fôlego da ilha. As imagens captadas em Daaibooi e na Praia Forti me transportam de volta àquela sensação de liberdade total, com o mar azul-turquesa se estendendo até onde os olhos podiam alcançar.

Não importa se você usa uma câmera profissional, o celular ou o olhar sensível. O mais importante é registrar sua própria jornada — porque cada imagem conta uma parte da história que só você viveu

9. Curta a vida noturna do destino

Estar sozinha não significa abrir mão de aproveitar a noite. Pelo contrário: a vida noturna pode (e deve!) ser vivida de forma segura, leve e divertida — do seu jeito.

Uma das formas que mais gosto de usar para sair à noite sozinha com segurança é participar de Pub Crawls (uma espécie de “tour pelos bares”, geralmente organizado por hostels ou empresas locais, que leva grupos de viajantes para conhecer diferentes pubs e baladas da cidade). Fiz isso em Budapeste, com o objetivo de conhecer os famosos ruin pubs da cidade. Foi uma noite animada, cheia de música, luzes diferentes e pessoas do mundo inteiro. O melhor é que me senti segura o tempo todo, acompanhada por outros viajantes e com uma rota organizada.

Em Londres, aproveitei a vida noturna de uma forma totalmente diferente: fui a shows como o Stomp e um espetáculo incrível em homenagem a Michael Jackson. Sozinha na plateia, completamente envolvida pela música, luzes e energia do teatro, percebi que estar só nunca significou não se emocionar junto. Foi intenso, marcante — e absolutamente inesquecível.

Mas também há noites em que tudo o que a gente quer é contemplar o silêncio. No deserto do Saara, no Marrocos, deitei sozinha na areia e fiquei olhando o céu estrelado. Um céu tão imenso e cheio de vida que parecia impossível de acreditar. Foi uma noite sem música, sem bar, sem cidade — só eu e o universo.

A noite, quando viajamos sozinhas, pode ser aquilo que mais combina com o nosso momento. Um jantar gostoso, uma feirinha noturna, um show intimista ou uma conversa ao redor da fogueira. A liberdade está justamente em poder escolher — e se sentir bem com isso.

10. Aprenda algo novo

Viajar sozinha é também uma oportunidade maravilhosa para aprender. Estar em outro país (ou até mesmo em outra cidade) abre portas para conhecimentos que vão muito além dos guias de turismo — é o tipo de aprendizado que toca, transforma e fica com você pra sempre.

Em São Pedro do Corval, no Alentejo, visitei uma tradicional fábrica de cerâmica e aprendi sobre cada etapa do processo — do barro cru ao acabamento pintado à mão. Ver os artesãos moldando as peças com tanta dedicação foi inspirador. E o mais incrível: pude experimentar pintar minha própria cerâmica, criando uma lembrança única da viagem. Um tipo de aprendizado que vai muito além do que se leva na mala.

Já em Fez, no Marrocos, tive contato com os bastidores de uma tradição milenar: visitei oficinas de artesãos e aprendi sobre a produção de cerâmicas, mosaicos e os famosos tecidos tingidos com pigmentos naturais. Ver o cuidado, a paciência e o orgulho por trás de cada peça foi uma aula de cultura, respeito e beleza.

Aprender algo novo em viagem pode ser simples: uma palavra no idioma local, uma receita típica, uma técnica de arte, ou até um jeito diferente de olhar o mundo. O importante é se permitir viver com curiosidade — porque o conhecimento adquirido na estrada é aquele que a gente nunca esquece.

Viajar sozinha é sobre liberdade e autodescoberta

A verdade é que o que fazer em uma viagem sozinha depende apenas de você. Não existe roteiro certo ou errado, apenas experiências que fazem sentido para sua jornada.

Estar sozinha não significa estar solitária. Viajar solo é sobre autonomia, liberdade e autodescoberta. E lembre-se: você é suficiente! Sua presença no mundo já é incrível, e você pode ir aonde quiser, como quiser e quando quiser.

Agora me conta: qual o destino dos seus sonhos para viajar sozinha? Compartilhe sua história nos comentários!


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Denise Tonin

Para mim o que realmente importa não é a quantidade de países que visitei, mas o quanto consegui me conectar com cada lugar e com as pessoas que cruzei pelo mundo. E o mais incrível de viajar sozinha é o quanto consegui me conectar comigo mesma! Busque por conexão, se entregue e verá a mágica acontecer. Suas viagens, além de incríveis, serão transformadoras!

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