Você já se perguntou como é estar realmente confortável consigo mesma? Muitas vezes, somos ensinadas que estar acompanhadas é o ideal e que a solidão pode ser algo negativo. No entanto, aprender a gostar da própria companhia é um passo essencial para fortalecer a autoestima, fazer escolhas mais conscientes e viver uma vida mais plena.
Neste artigo, quero explorar os benefícios de cultivar esse relacionamento consigo mesma, mostrando como a solitude pode ser enriquecedora e libertadora.
O desafio do equilíbrio
Sabe aquela sensação de estar tão confortável na própria companhia que acaba se tornando exigente na escolha de interações? Pois é, eu já passei por isso. Depois de um tempo curtindo a solitude, pode ser um desafio abrir espaço para novas conexões.
Encontrar um equilíbrio entre se bastar e permitir que outras pessoas entrem na sua vida é essencial para não se fechar demais. A gente precisa entender que a vida é feita de ciclos e que as relações podem ser fluidas. Há momentos em que precisamos mais dos outros, mas há outros em que o silêncio e o autoconhecimento se tornam aliados poderosos. O segredo está em perceber em qual momento estamos e nos respeitar.
Por exemplo, eu me lembro de uma fase em que evitava sair sozinha para restaurantes, achando que seria estranho estar sem companhia. Mas, quando finalmente decidi fazer isso, percebi que era uma experiência libertadora. Escolhi meu prato com calma, observei o ambiente ao redor e até me permiti apreciar a minha própria presença, sem distrações.
Celebrando a própria Companhia
Uma das minhas formas favoritas de fortalecer a relação comigo mesma é me levando para encontros solo. Eu adoro um café sem pressa, um jantar especial comigo mesma ou assistir ao pôr do sol pelo mundo. Criar esses momentos me faz perceber como estar comigo mesma pode ser prazeroso.
Celebrar a própria companhia ajuda a reforçar a independência emocional, pois quando nos sentimos bem sozinhas, não dependemos da presença dos outros para nos sentirmos completas. Isso nos dá uma liberdade enorme para escolher nossas relações de forma mais saudável, sem a necessidade de preencher vazios internos com qualquer companhia.
Uma experiência inesquecível que tive foi viajar sozinha pelo Leste Europeu , com enormes desafios de idioma. Foi muito maravilhoso, porque os desafios ficaram pequenos perto de tantas coisas maravilhosas que conheci. Tudo isso sem precisar negociar horários, preferências ou compromissos com ninguém.

Construindo a Individualidade
Aprender a curtir a própria presença é um processo. No início, pode parecer bem estranho reservar momentos para si, mas com o tempo, isso se torna um prazer e não uma obrigação. Esse hábito fortalece nossa autoestima e ajuda a manter nossa individualidade, seja estando solteira ou em um relacionamento.
Fomos condicionadas desde cedo a acreditar que precisamos estar sempre acompanhadas, mas a verdade é que a solidão bem vivida nos ensina mais sobre quem somos, nossos gostos, nossos limites e nossas vontades.
Uma prática simples que me ajudou muito foi tirar um dia da semana para fazer algo que me agradasse sozinha. Às vezes, eu ia a uma livraria e passava horas explorando livros, outras vezes, caminhava sem rumo pela cidade, observando as pessoas e os detalhes do lugar. Pequenas atitudes como essa fazem com que a gente perceba o quanto é valioso ter tempo para si mesma.
Ao investir em momentos de solitude, fortalecemos nossa autoconfiança e nos tornamos menos dependentes da aprovação alheia.
O risco que o medo da solidão traz
O grande risco de não saber estar só é aceitar qualquer companhia, mesmo que ela não nos faça bem. Eu já me peguei entrando em conversas que não tinham nada a ver comigo, só para evitar aquele vazio momentâneo.
Quando aprendemos a nos bastar, passamos a ser mais seletivas com quem deixamos entrar na nossa vida. Afinal, a companhia errada pode ser mais solitária do que estar só. Estar com pessoas que não nos fazem bem ou que não trazem nada positivo para nossa vida pode ser ainda pior do que a solidão em si. E isso muda tudo. Passamos a ser mais seletivas e a valorizar qualidade em vez de quantidade.
Eu mesma, quando era bem mais nova, entrei em um relacionamento que claramente não me fazia bem. Foi apenas pelo medo de ficar sozinha. Com o tempo, percebi que estar em uma relação que me desgastava emocionalmente era muito mais doloroso do que aprender a me curtir sozinha. Quando finalmente me permiti essa liberdade, redescobri prazeres que havia abandonado por estar sempre focada em agradar o outro.
O valor de gostar da própria companhia
Se tem uma coisa que aprendi com minhas viagens solo é que estar bem comigo mesma transforma tudo. Quando você descobre o quanto sua companhia pode ser agradável, você deixa de aceitar menos do que merece.
Você escolhe quem quer por perto com mais consciência, e estar sozinha passa a ser uma experiência de prazer, não de falta. É libertador perceber que você não precisa de ninguém para validar sua existência ou para tornar seus dias mais interessantes. Você mesma pode proporcionar isso para si. É o que chamo de solitude.



Viajar sozinha também me mostrou que minha companhia pode ser um passaporte para descobertas incríveis, sem precisar de ninguém para validar minha experiência.
Gostar da própria companhia também nos torna mais confiantes. Quando sabemos que conseguimos nos divertir sozinhas, tomar decisões sem depender da aprovação dos outros e nos sentir bem sem precisar de estímulos externos o tempo todo, ganhamos uma força interna que nos acompanha em todas as áreas da vida.
Uma dica que eu sempre dou para quem quer fortalecer essa relação consigo mesma é criar pequenos desafios. Pode ser um final de semana inteiro fazendo coisas apenas para você, sem precisar consultar ninguém. Ou até mesmo um jantar especial em casa, com direito a sua comida favorita, uma música agradável e um brinde ao amor-próprio. São pequenas atitudes que fazem uma grande diferença.
Reflita sobre a sua companhia
Cultivar momentos de solitude e gostar da própria companhia pode ser um desafio no início, mas é um dos caminhos mais poderosos para uma vida mais leve e autêntica. Agora me conta: você tem cultivado sua relação consigo mesma? Como tem aproveitado sua própria companhia? Que tal começar com um pequeno desafio esta semana? Escolha um momento para curtir consigo mesma e descubra como pode ser enriquecedor!