Novo IOF: como a mudança impacta quem viaja 

Novo IOF: como a mudança impacta quem viaja 

Entenda as mudanças do novo IOF que afetam suas compras internacionais e como economizar em viagens a partir de maio de 2025.

O novo IOF entrou em vigor em maio de 2025 e mudou as regras para quem faz compras internacionais ou envia dinheiro para o exterior. Se você viaja sozinha e usa cartão de crédito, conta global ou serviços de câmbio, essa mudança pode afetar diretamente seus gastos. Neste post, explico o que realmente mudou, como comparar opções e qual é a forma mais econômica de levar dinheiro em sua próxima viagem.

O que é o IOF?

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal cobrado em operações como câmbio, crédito, seguros e investimentos. Nas viagens internacionais, ele aparece toda vez que você faz uma conversão de reais para outra moeda — seja ao usar um cartão de crédito, ao carregar uma conta global ou ao enviar dinheiro para o exterior.

Na prática, o IOF afeta diretamente quanto você vai pagar por cada compra ou transação feita fora do Brasil. Mesmo sendo um imposto invisível no dia a dia, ele pesa no bolso de quem viaja — por isso, entender como ele funciona é um passo essencial para tomar decisões mais conscientes e econômicas.

Em que momento o IOF é cobrado?

O momento em que o IOF é cobrado varia de acordo com a forma de pagamento. Quando usamos as contas globais e cartões pré-pagos, o imposto é aplicado no momento da compra, e por consequência, conversão dos reais para a moeda estrangeira, seja euro, dolar, etc.

A grande vantagem ao usar as contas globais é que elas usam o câmbio comercial, mais próximo da cotação real do mercado. Ao mesmo tempo, elas mostram de forma clara todos os custos envolvidos como o IOF e o spread, antes mesmo de você confirmar a compra da moeda.

Quando você usar o cartão de crédito internacional, o IOF é cobrado na hora da compra, com base no câmbio turismo, que é mais alto e também inclui um spread geralmente maior. Você só conseguirá ver o valor final, quando a fatura chega.

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O que mudou com o novo IOF?

A partir de 23 de maio de 2025, entrou em vigor o novo IOF, trazendo mudanças importantes nas alíquotas aplicadas às transações em moeda estrangeira, o que impacta diretamente as nossas viagens.

A principal alteração foi o aumento da taxa para quem converte reais para outras moedas — impactando diretamente compras com cartão de crédito, contas globais, remessas internacionais e até a compra de papel moeda.

IOF antes e depois de 23 de maio de 2025

OperaçãoIOF antesNovo IOF a partir de 23/05/2025
Conversão de reais para moeda estrangeira1,1%3,5%
Compras internacionais com cartão de crédito4,38%3,5%
Remessas internacionais (mesma titularidade ou terceiros)1,1%3,5%
Compra de papel moeda (dinheiro em espécie)1,1%3,5%
Conversão de moeda estrangeira para reais0,38%0,38% (sem alteração)
Recebimento de valores do exterior0,38%0,38% (sem alteração)
Remessas para contas de investimento no exterior0,38%1,1%

E a compra de papel moeda também mudou?

Infelizmente, sim, também mudou. Quando comprarmos dinheiro em espécie (como dólar ou euro) em casas de câmbio ou bancos o IOF será de 3,5%. Antes, essa operação custava 1,1%, como nas contas globais.

Com isso, ficou mais cara e menos vantajosa a compra de papel moeda — especialmente porque o câmbio usado já costuma ser mais alto. Para nós que viajamos sozinha, levar dinheiro em espécie também nem é muito seguro.

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O que recomendo é levar uma quantia baixa em papel moeda, tipo 300 dólares ou euros, porque se você precisar de mais, poderá sacar nos caixas eletrônicos, usando sua conta global. Apesar de um pouco mais caro, porque você terá uma taxa de saque

O que é spread?

O spread cambial é uma taxa adicional, aplicada por bancos e instituições financeiras, sobre o valor do câmbio oficial. Funciona como uma margem de lucro na hora de converter reais para moeda estrangeira — e é um custo que nem sempre aparece de forma clara.

Por exemplo, se o dólar está custando R$ 5,00, mas você faz uma compra e paga R$ 5,25 por cada dólar, esse extra de R$ 0,25 é o spread. Ele é cobrado em qualquer operação de câmbio: seja no cartão de crédito, numa conta global ou numa transferência internacional.

Por que o spread impacta na hora de escolher como levar dinheiro nas viagens

Mesmo com o novo IOF fixado em 3,5% para a maioria das transações, o spread continua sendo um dos principais fatores que fazem as compras nas viagens ficarem mais caras. E é justamente ele que pode fazer toda a diferença na sua escolha entre cartão de crédito ou conta global.

Se você reparar, quando você usa o cartão de crédito tradicional, o spread cobrado é alto — geralmente entre 4% e 7% — e é embutido no valor sem que você perceba. Você poderá ver os valores somente quando a fatura chega. Quem vai ficar, no meio da viagem, checando no app do banco, qual foi o valor da moeda no dia da compra?

Já nas contas globais, o spread costuma ser menor, mais transparente e você pode escolher o melhor momento para fazer a conversão, aproveitando uma cotação mais favorável.

Ou seja: quem entende o que é o spread consegue comparar as opções com consciência e consegue viajar com mais tranquilidade, sem surpresas desagradáveis na fatura ou nos extratos, quando chega de viagem

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Novo IOF: contas globais x cartões de crédito

Bom, agora a pergunta que nao quer calar? Se o IOF foi igualado em 3,5% em quase todas as operações, pode parecer que tanto faz usar uma conta global ou um cartão de crédito para viajar. Mas, na prática, a forma como cada um aplica o câmbio e o spread ainda faz bastante diferença. Vamos ver?

Cartões de crédito internacionais

O cartão de crédito internacional — como os oferecidos por Itaú, Nubank, XP, BTG Pactual e Bradesco — permite fazer compras em moeda estrangeira e pagar depois, em reais, no fechamento da fatura. A conversão é feita automaticamente pelo cartão, com o câmbio e os custos do dia da compra e não mais no fechamento da fatura, como era feito antigamente.

Veja como funciona:

  • IOF de 3,5% por compra
  • Usam o câmbio turismo, que é mais caro que o comercial
  • Aplicam spreads altos (4% a 7%) sem informar claramente.
Você verá quando a fatura chegar.
  • Você não sabe a cotação exata no momento da compra. Você compra em moeda estrangeira e só descobre o valor final em reais na fatura.
  • Como benefício, dependendo do cartao usado, você pode acumular milhas ou pontos, que mais tarde podem ser trocados por passagens aéreas ou produtos.
  • Por outro lado, a maioria das contas globais não oferece pontuação ou milhas

Mesmo com o IOF igual, as condições de câmbio, o momento da conversão e o nível de transparência ainda colocam as contas globais à frente em termos de economia e planejamento. Especialmente para quem viaja sozinha, ter segurança, previsibilidade e controle faz toda a diferença.

Contas Globais

A conta global funciona como uma conta bancária em moeda estrangeira — como as oferecidas por Wise, Nomad, Revolut, C6 Global ou Avenue. Você envia reais da sua conta no Brasil, faz a conversão com câmbio comercial (mais baixo) na hora que quiser, e o valor fica disponível para uso via cartão internacional ou saque.

Nesta modalidade, você pode escolher o momento da compra , aproveitando baixas de cotação da moeda estrangeira. Você consegue se organizar melhor e viajar com todo o dinheiro que vai precisar na viagem, voltando sem contas a pagar.

Veja como funciona:

  • IOF de 3,5% na conversão de reais para moeda estrangeira
  • Usam o câmbio comercial, mais justo e próximo do valor real
  • Spreads menores e informados de forma transparente antes da operação

  • Você escolhe quando converter, podendo aproveitar um câmbio melhor
  • Gasta apenas o saldo que já tem na conta, com mais controle.


  • Caso precisa de mais dinheiro durante a viagem, basta fazer um pix e em alguns segundos a moeda esta carregada no cartão.

Cuidado com o “desconto no IOF” ou “iof zerado” que parece vantagem (mas não é)

Alguns bancos têm oferecido cashback ou desconto no IOF como forma de atrair clientes para seus cartões de crédito internacionais. O BTG Pactual, por exemplo, reduziu temporariamente o IOF de 3,5% para 1,1% em compras internacionais para quem contrata o Módulo Viagem. À primeira vista, parece uma economia enorme — mas é preciso olhar além.

A questão é que, apesar do IOF reduzido, o spread aplicado por esses cartões continua alto, muitas vezes acima de 5% ou 6%. Isso significa que, mesmo pagando menos imposto, você ainda está comprando dólar mais caro do que compraria em uma conta global com spread menor e câmbio comercial.

Ou seja, na ponta do lápis, esses “descontos” podem parecer vantajosos, mas na prática você pode acabar pagando mais. É uma estratégia de marketing que joga a luz sobre o imposto, mas esconde o principal: o custo real do câmbio. Repita comigo: não existe almoço grátis. Os bancos não vão pagar a conta pra você.

Por isso, sempre compare o custo efetivo total, chamado de CET, que significa a soma do IOF + spread. É essa visão completa que vai te ajudar a fazer escolhas mais conscientes e econômicas para as suas viagens.

Cartões de cooperativas: os únicos com spread zero no câmbio

Uma alternativa pouco conhecida — mas muito vantajosa — são os cartões de crédito emitidos por cooperativas financeiras, como Sicoob, Sicredi, Unicred e Ailos. Essas instituições são as únicas que oferecem câmbio com spread zero, usando a cotação do dólar comercial na conversão.

Na prática, mesmo com o IOF de 3,5%, o custo final pode ser mais baixo do que nas contas globais, como Wise, Nomad e Revolut — a diferença chega a cerca de 1%, especialmente em viagens com valores mais altos.

Mas o que você precisa ficar ligada é que, para ter acesso a essa condição, você precisa ser cooperada, abrir conta na instituição e solicitar um cartão com limite internacional suficiente para a sua viagem. Não é uma opção imediata, mas pode valer muito a pena para quem se planeja.

Qual a melhor forma de levar dinheiro na viagem em 2025?

Depois de entender como funcionam o novo IOF e o spread, fica mais fácil responder à pergunta que não quer calar: afinal, qual é a melhor forma de levar dinheiro para uma viagem internacional em 2025?

A resposta é: depende do seu perfil de viajante e da forma como você prefere se organizar financeiramente. Mas aqui vão algumas orientações práticas para te ajudar a escolher com confiança:

Para quem prioriza controle e economia use a Conta Global

Se você prioriza controle, previsibilidade e economia, as contas globais continuam sendo a melhor opção. Com elas, você pode:

  • Converter aos poucos e no seu tempo, aproveitando uma cotação mais favorável;


  • Ver exatamente quanto vai pagar antes de confirmar a operação;


  • Ter mais autonomia e evitar sustos com variações do câmbio;


  • Gastar apenas o valor que você já tem em saldo, sem risco de voltar da viagem com contas altas para pagar.


  • Ter várias moedas em uma única conta e, nesse caso, recomendo a Wise que é a minha conta global principal e que já uso há muitos anos, sem ter encontrado qualquer problema.

Para quem prefere praticidade, milhas e não precisa se preocupar com custos use o Cartão de Crédito.

Se você prefere praticidade, prioriza o acumulo de milhas e nao precisa se preocpar tanto com custo da moeda, o cartão de crédito poderá ser a mehor forma. Isso porque ele te dá vários benefícios.

  • Gastos pontuais ou emergências;


  • Acumular pontos (se o seu cartão oferece um bom programa);


  • Centralizar tudo em uma única fatura.


  • Oferece benefícios como cashback, IOF reduzido, seguro viagem, seguro para compras, seguro para carro alugado.
  • Pode ser usado como caução na hora de alugar um carro (muitas vezes não é posssível com cartões globais)

Mas é importante lembrar que o custo pode ser mais alto por conta do spread, como expliquei antes.

Qual será a minha estratégia com o novo IOF?

Com o novo IOF e com tantos detalhes para considerar — câmbio, spread, momento da conversão, etc — minha forma de organizar o dinheiro em viagens internacionais mudou um pouquinho.

Como viajo sozinha, a segurança também é um fator a ser levando em consideração, então, usar apenas uma forma de pagamento não é uma alternativa viável para mim. Veja como farei na proxima viagem:

  • 2 cartões de contas globais (repare que como a maioria das contas não tem custo, tenho quase todos os globais e já testei nas viagens). Quando viajo para a Europa, levo Wise e Revolut. Para destinos em que se usa dólar, combino Wise com Nomad ou Avenue.
  • 2 cartões de crédito internacionais: servem como reserva de emergência. Um vai comigo, o outro fica guardado no hotel. Temos sempre que atentar quais limites temos nos cartões.
  • 1 cartão de débito internacional: uso apenas em destinos onde o real é mais valorizado que a moeda local (como Uruguai e Argentina).
  • 10% do valor total em papel moeda: sempre levo uma quantia em espécie para pequenas compras, gorjetas ou lugares que não aceitam cartão. Isso está bem raro hoje em dia, já que muito países operam quase que exclusivamente com cartão, como é o caso da Noruega.

Exemplo prático

Para uma viagem de 30 dias pela Europa, com um orçamento médio de € 80 por dia (considerando alimentação, transporte público, ingressos e passeios), minha estratégia seria:

  • Total estimado: € 2.400
  • Cartões Wise e Revolut (contas globais): € 1.920
  • Papel moeda: € 240
  • Reserva de emergência: 2 cartões de crédito internacionais + alguns euros extras guardados com segurança

Obs: Neste cálculo não estou levando em consideração custos com passagem aérea, hospedagem, seguro viagem, chip de internet ou aluguel de carro, pois costumo deixar tudo isso resolvido antes de embarcar.

Escolha consciente, viajem tranquila

O novo IOF mudou o cenário das viagens internacionais, mas não a importância de fazer escolhas conscientes. A melhor forma de levar dinheiro vai depender do seu perfil, do destino, do tempo de viagem — e da forma como você se sente mais segura. Por isso, pesquisar, simular e comparar continua sendo essencial.

A boa notícia é que essa mudança aumentou a competitividade: bancos, fintechs e cooperativas devem começar a oferecer novos benefícios, melhores spreads e soluções mais inteligentes. E isso é ótimo para nós, viajantes.

Mas se tem uma coisa que não mudou é o que mais importa: viajando sozinha, você precisa pensar além do custo. Precisa pensar em segurança, autonomia e flexibilidade. Nunca dependa de um único meio de pagamento. Leve um plano, mas leve também um plano B e C. Estamos por nossa conta.

No fim, viajar com tranquilidade começa bem antes do embarque — começa no planejamento. E, se você precisa de ajuda para entender tudo isso e fazer uma planejamento a prova de perrengue, conheça a minha consultoria de viagem. Tiro todas as dúvidas que você tem e te ajudo no planejamento na área que você precisar.

FAQ – Dúvidas frequentes sobre o novo IOF

Qual a nova alíquota do IOF?

A nova alíquota do IOF para conversão de reais em moeda estrangeira é de 3,5%. Essa taxa vale para compras com cartão de crédito, contas globais, cartões pré-pagos e transferências internacionais.

Quando passa a valer o novo IOF?

O novo IOF entrou em vigor em 23 de maio de 2025, conforme anunciado pelo Governo Federal.

Pra enviar dinheiro ao exterior, o IOF subiu?

Sim. Em remessas internacionais comuns, o IOF subiu de 1,1% para 3,5%. Para transferências para contas de investimento no exterior, passou de 0,38% para 1,1%.

Usar cartão de cripto é uma boa?

Pode parecer vantajoso, mas exige cuidado. Cartões de cripto têm pouca transparência e envolvem riscos como variação cambial e falta de regulação. Podem funcionar para usuárias experientes, mas não são recomendados como opção principal.

Já tenho dinheiro na Wise, o que faço?

Se você já fez a conversão de reais para moeda estrangeira antes de 23 de maio de 2025, não precisa pagar o novo IOF. O imposto foi cobrado no momento da conversão. Você pode usar esse saldo normalmente

O que é melhor então? Cartão global ou cartão de crédito?

Em geral, a conta global é mais vantajosa: usa câmbio comercial, tem spread menor e mais transparência. O cartão de crédito pode ser útil como reserva ou para acumular milhas, mas costuma ter custo maior.

Quem carregou o cartão pré-pago antes da mudança vai pagar o novo IOF?

Não. Se o cartão foi carregado antes de 23 de maio de 2025, vale o IOF da data da conversão. Compras feitas com esse saldo não sofrerão cobrança adicional

Fiz uma compra no exterior depois da mudança. Pago a nova tarifa?

Sim. Todas as compras feitas a partir de 23 de maio de 2025 estão sujeitas à nova alíquota de 3,5%, mesmo que o cartão já estivesse ativo antes disso

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Denise Tonin

Para mim o que realmente importa não é a quantidade de países que visitei, mas o quanto consegui me conectar com cada lugar e com as pessoas que cruzei pelo mundo. E o mais incrível de viajar sozinha é o quanto consegui me conectar comigo mesma! Busque por conexão, se entregue e verá a mágica acontecer. Suas viagens, além de incríveis, serão transformadoras!

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