Quem vai a Manaus, não deve deixar de fazer uma caminhada na floresta amazônica. É claro que no nosso imaginário, já surgem algumas coisinhas, como: cobras, mosquitos, animais selvagens, perigos, vou me perder? Basta escolher o passeio certo e você vai estar seguro e, melhor ainda, vai ter uma experiência muito bacana. O passeio que fiz está incluso no Cruzeiro pelo Rio Negro, do Iberostar Grand Amazon e, claro, fomos com guia super especializado.
Antes de contar como foi a minha experiência trago alguns fatos importantes. A floresta Amazônica é, sem dúvida, uma das mais importantes do mundo e tem uma extensão de aproximadamente 7 mil Km quadrados. Espalha-se pelo Brasil, Peru, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Guiana, Suriname, Equador e Guiana Francesa. Mas nós “hospedamos” a maior parte dela nos Estados do Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima e Rondônia. Além disso, abriga a maior biodiversidade do planeta! Conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, em 2005, a fauna amazônica contava com 4.221 espécies de animais, mais de 2500 espécies de árvores e 30 mil de plantas. Isso não é incrível?
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O passeio
Nos separamos em lanchas e caí no grupo com os gringos. Nossa caminhada foi de, mais ou menos, 2 horas pela região do Igarapé Jaraqui. A trilha não é pesada e havia algumas pessoas com mais idade caminhando tranquilamente. Mas estava bastante quente, então é imprescindível que você pegue 2 garrafinhas de água antes de descer da lancha para iniciar o passeio. Não, não havia mosquitos. Sou alérgica e, apesar do repelente, acho que não havia mesmo!
Nosso guia foi o Conrado Farias, que teve que se desdobrar para narrar o passeio em português e inglês. Mas ele se vira muito bem! Ele é da tribo indígena macuxi, que fica no norte da Amazônia, pertinho da fronteira com a Guiana e conhece a floresta como ninguém.
O terreno é praticamente plano e a floresta fechada, formada em boa parte por árvores de grande porte. Conrado abria os caminhos com seu enorme facão, ou terçado, nome correto!
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Caminhar por entre as árvores gigantes e respirar o ar mais puro da minha vida foi algo realmente incrível. Me entreguei de verdade ao momento e tentei fazer sumir dos meus ouvidos os comentários do grupo. Curti tanto que fiz pouquíssimas fotos do passeio. Queria ouvir o silêncio da mata e prestar atenção ao que o Conrado nos contava sobre as propriedades medicinais de várias plantas e sobre os costumes dos índios em completa harmonia com a floresta.
É realmente impressionante o conhecimento que as tribos indígenas desenvolveram em função da luta pela sobrevivência. Conhecimento que permitiu que os povos da floresta vivam em perfeita harmonia com a mata, extraindo dela o necessário para a sua sobrevivência. O Piro, outro guia do Iberostar, costuma mostrar a mata como o supermercado das populações ribeirinhas 🙂
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O Conrado nos mostrou um tipo de capim que corta e, por isso, muito usado nas fazendas da região para afastar os morcegos, pois suas asas são partidas e eles não atacam os animais.
Também fomos apresentados ao Timbó, uma planta da família das leguminosas e que possui uma seiva tóxica. Os índios usam essa seiva para deixarem os peixes atordoados e depois pegá-los. Fazem buracos no chão, esmagam a planta para extrair a seiva e fazem bolinhas de barro. Com as bolinhas nas armadilhas (Matapis) deixam os peixinhos doidões e o almoço do dia tá resolvido.
Paramos um pouco e Conrado explica que, se você quiser fazer um caboclo feliz, não dê uma Mercedes, mas sim um terçado (facão), pois é a principal ferramenta dentro da mata, usada para as longas caminhadas de mais de 5 horas para caçar. Ninguém entra nela sem um desses.
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Com seu terçado em punho, ele construiu uma corda trançada com folhas e que é usada nos pés para dar mais firmeza para subir em árvores. É chamado de Pecunha e é muito usado para colher o açaí nas longas palmeiras tropicais. Depois subiu e demonstrou. Você acha que é fácil ? Que nada, demanda talento e uma força louca nas pernas. Até nosso companheiro mirim, cheio de energia e saúde, fez a tentativa e não se afastou muito do chão.
Conhecemos também a formiga Tapiba (Azteca) que transforma o cheiro do corpo de uma pessoa perdida na mata, o que evita a aproximação de animais perigosos. Elas habitam o tronco oco de árvores (embaúbas) e você nem percebe. Precisa realmente conhecer. O Conrado bateu no tronco e em segundos milhões delas apareceram.
Uma amiga que fiz no Cruzeiro, Ivete Nunes, fez o passeio com outro guia, Luís Epifânio e me cedeu gentilmente as fotos para mostrar pra você que, apesar de estarmos bem próximos, cada guia tem sua maneira de explorar a mata e passar seu conhecimento. Não há um roteiro pre definido. O Epifânio mostrou ao grupo, por exemplo, como fazer fogo. Eles também viram buraco de tatu e uma aranha (ui) muito bela.
Bom, depois de 2 horas de caminhada, respiramos muito ar puro, sentimos o cheiro delicioso da mata, vimos muitas coisas e aprendemos demais. Não coloquei aqui nem um terço dos ensinamentos, mas já dá pra ter uma visão geral do passeio e saber que é uma experiência muito incrível e que você não pode deixar de fazer.
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Dicas para fazer o passeio
- Passe protetor solar e repelente
- Use calças compridas e de tecido leve
- Use camiseta de mangas compridas (eu fui de manga curta, mas deixo a recomendação de sempre).
- Leve um chapéu ou boné
- Use calçados confortáveis e fechados (preferência tênis)
- Água (tem na lancha, não esqueça de pegar antes de descer)
- Câmeras pra registrar o passeio
- Disposição e alegria, afinal você está na floresta amazônica 🙂
O Viajante Solo fez este passeio à convite do Iberostar Grand Amazon, porém o texto é isento e reflete a minha experiência real durante os dias do Cruzeiro.
Serviço
Iberostar Grand Amazon
Saída: segundas e sextas às 18h, do Porto de Manaus. Check in a partir de 15h.
Chegada: segundas e sextas, às 8h no Porto de Manaus.
Valores: a partir de R$860,00 por pessoa/noite (Solimões) e R$ R$1.118,00 por pessoa/noite (Rio Negro). Preços Jun 2016, com impostos inclusos. Consultar o site oficial, pois os preços variam de acordo com o tipo de cabine.
All Inclusive: todas as refeições inclusas com bebidas alcoólicas, passeios e atividades de entretenimento.
Crianças: a partir de 8 anos
Reservas: no site oficial
2 comentários em “Caminhada na Floresta Amazônica”
Olá Denise!!!
Parabéns por mais um delicioso relato de passeios do Iberostar Grand Amazon! Realmente, a caminhada é imperdível, não exige esforço excepcional, ou seja, até quem está fora de forma consegue chegar ao final feliz por tudo que pode apreciar no caminho!
Grande abraço e mais uma vez parabéns por teus relatos e dicas quentes!!!!
Ivete Querida, adorando te ver por aqui de novo. Obrigada ❤❤ Fico contente quando as pessoas gostam É o que nos faz escrever. Beijos e uma ótima semana!