Conhecer o Vale do Loire já era uma vontade antiga minha e é uma das coisas que sugiro fortemente colocar no seu roteiro pela França. A região é belíssima e tem muita história – e castelos – pra contar.
O Vale do Loire fica entre as cidades de Sully-sur-Loire (Loiret) e Chalonnes-sur-Loire (Anjou), com 280 km de comprimento. No ano de 2000, a região foi listada como Patrimônio Mundial da UNESCO, classificada como uma “paisagem cultural viva“. A estrada é linda e se você piscar vai perder paisagens lindas! Você não vai querer deixar de ver isso, não é mesmo?
São muitos os Castelos do Vale do Loire e, claro, você precisará decidir quantos dias poderá dedicar no seu roteiro para conhecer a região e ainda escolher quais os castelos visitar. Tarefa nada fácil! Uma coisa é certa: será um passeio inesquecível!
Apesar de ter ficado três meses viajando pela Europa, meu roteiro não estava com tanto tempo disponível assim, já que estive na Itália e também no leste Europeu. Então, pra não perder a oportunidade, resolvi fazer um passeio mais rápido pra ter uma provinha e conhecer os Castelos do Vale do Loire com a Paris City Vision, agência que oferece diversos passeios dentro de Paris e também nos arredores.
No primeiro dia de passeio visitei o Mont Saint-Michel e no final do dia troquei de ônibus da agência e segui com outro grupo para a cidade de Angers, onde passamos a noite. No dia seguinte, após o café da manhã, seguimos para visitar os Castelos Vale do Loire, começando por Langeais.
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Vale do Loire: Castelo de Langeais
A história do Castelo de Langeais começa no final do século X, quando o conde de Anjou, Foulques Nerra, e o conde de Blois, Eudes I, lutam por Touraine (nome antigo da região). Nerra sai vitorioso e constrói um Castelo com vista para o Loire. A história não para aí, é claro, e muitas coisas aconteceram ao longo dos anos. Só que não vou contar tudo, porque se não perde a graça da sua visita, né ? Mas vou falar de alguns fatos importantes. Deste primeiro castelo, só restou o Donjon (torre principal), que você vê na foto abaixo.
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O castelo que vemos hoje foi construído por Luis XI, em 1465 e ele possui uma ponte levadiça (característica dos tempos feudais), que ainda funciona e também uma das faces do castelo foi completamente inspirada no Renascentismo.
Durante a visita você terá a oportunidade de ver mais de 10 salas ricamente mobiliadas com relíquias do final da idade média! Incrível a boa conservação das peças e a beleza do trabalho da época. Também pudemos andar pelo caminho da ronda e apreciar uma vista maravilhosa da cidade.
Um dos fatos curiosos deste castelo é que ele foi palco do casamento de Carlos VIII e Anne da Bretanha, em dezembro de 1491. Existe uma reprodução com bonecos de cera super reais e um vídeo contando os acontecimentos da época, fazendo com que você mergulhe na história.
Carlos VIII e Anne da Bretanha
A visita é super interessante e o castelo não fica lotado, então dá para ver com calma a importante coleção de tapeçarias dos séculos XV e XVI, incrivelmente bem conservadas, e que nos dão uma ideia da produção e dos temas daquela época. Também há muitos móveis esculpidos do final da Idade Média. Depois da visita guiada ainda tivemos um tempo livre para explorar o jardim antes de partirmos para o almoço.
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Vale do Loire: Amboise
A cidade de Amboise, bastante usada como base para a visitação do Vale do Loire, é uma gracinha e foi onde paramos para almoço (não incluso no passeio), antes de partir para o próximo castelo.
Por conta própria, era possível visitar o Castelo de Amboise, mas eu preferi aproveitar o clima da cidade. Fica o gostinho de voltar em outra oportunidade para visitar o Castelo Real e também o Castelo Clos Lucé, onde Leonardo Da Vinci viveu e onde encontra-se seu túmulo.
Vale do Loire: Castelo de Chenonceau
O Castelo de Chenonceau também é conhecido como Château des Dames (Castelo das Damas), pois em sua história as mulheres sempre estiveram presentes ativamente, seja na construção, decoração, restauração e até mesmo na proteção do castelo. Vamos conhecê-las?
Diane de Poitiers era a favorita de Henrique II. Em 1547, o rei ofereceu o castelo a Diane, que ordenou a construção do moderno jardim, além da construção da famosa ponte sobre o Rio Cher.
Catarina de Médicis, a viúva de Henrique II, despejou Diane do Castelo de Chenonceau pós a morte do rei. Ela embelezou ainda mais os jardins e ampliou a altura da Galeria, onde ofereceu bailes inesquecíveis e luxuosos.
Louise de Lorraine, ao se tornar viúva de Henrique III, em 1589, fez de Chenonceau seu retiro e passou a viver seu luto branco, como era costume na corte nessa época. Vivia dedicada a obras de caridade e orações e foi a última representante da realeza a viver no Castelo de Chenonceau.
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Louise Dupin, no século XVIII, organizava grandiosos saraus que eram frequentados por poetas, escritores, filósofos, entre eles, Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Foi ela quem conseguiu proteger o Castelo de Chenonceau contra as ameaças da Revolução Francesa.
Marguerite Pelouze, gastou uma fortuna considerável a fim de transformar o Castelo e seus jardins em um ambiente de luxo e restaurou os ambientes para que ficassem iguais à época de Diane Poitiers.
Durante a Grande Guerra, entre 1914 e 1918, o Castelo de Chenonceau também serviu como um hospital militar. Simonne Menier era enfermeira chefe e administrou o hospital. Até 1918, mais de 2 mil feridos foram recebidos no castelo.
Muita história se passou dentro destas paredes e é emocionante conhecer esses detalhes, você não acha? Nossa visita foi guiada pela Marion, e depois de conhecermos as histórias e várias curiosidades, tivemos um tempão livre para explorar os andares superiores, a cozinha que fica no nível do rio e também os belos jardins.
Só não consegui flanar nos jardins, porque nossa visita caiu em um dos dias mais quentes na Europa neste ano. Uma pena! Mas quem sabe eu volto ao Vale do Loire em outra estação pra experimentar o friozinho por esta região?
Quarto das 5 Rainhas
Desgustação de Vinhos na Cave des Dômes
Antes de retornarmos a Paris, participamos de uma degustação de vinhos na
Cave des Dômes. Os vinhedos de Chenonceau floresceram pela primeira vez no Renascimento, ou seja, são seculares!
Todos os proprietários do Castelo ao longo dos anos mantiveram a produção dos vinhedos, o que nos deu essa rica oportunidade de saborear e até mesmo comprar os vinhos. Amei o rosé!
Caso, você como eu, não tenha tanto tempo para desbravar vários Castelos do Vale do Loire, pode fazer como eu fiz e escolher uma visita mais rápida na região.
Afinal, a gente não precisa conhecer tudo de uma vez só e é muito melhor apreciar as coisas com calma e curtir aquilo que estamos vivenciando.
O passeio que fiz com a Paris City Vision teve a duração de 2 Dias incluindo a Visita ao Mont Saint-Michel, Castelos do Loire e Degustação de Vinhos.
Bom, espero que você tenha gostado do passeio pelo Vale do Loire e que nclua no seu roteiro esses belos Castelos de conto de fadas. Pra mim ficou a vontade de voltar em breve para conhecer mais da história e das maravilhas da vida ao redor do Rio Loire.
Denise Tonin viajou ao Vale do Loire à convite da Paris City Vision, porém sua opinião é isenta e representa a real vivência da autora.
2 comentários em “Vale do Loire: Castelos de Langeais e Chenonceau”
Que passeio lindo!! Nada como uma aula de história in loco. Está na minha lista. viajei com você. bj
Oi Virgínia, tudo bem ? Fico feliz que tenha gostado. Os castelos são sensacionais mesmo e valem a visita! beijos