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Sozinha na Sicília: experiência única na Itália por Denise Gorga

Sozinha na Sicília: experiência única na Itália por Denise Gorga

E hoje o relato é sobre Itália: Sozinha na Sicília! Conheço a Denise Gorga há mais de 20 anos. Ui! […]

Denise Gorga

E hoje o relato é sobre Itália: Sozinha na Sicília! Conheço a Denise Gorga há mais de 20 anos. Ui! Irmã de um amigo, ela me ajudou no meu primeiro emprego de carteira assinada, no Rio de Janeiro. Eu era secretária da presidência e ela diretora de mídia 🙂

A vida nos afasta e nos aproxima de novo das pessoas, mas o certo é que quem tem que ficar, sempre volta, não é mesmo? E foi assim com a Dê. Apesar da gente não se ver frequentemente, acabou que o grupo no Face, Viajar Sozinha – Experiências e Dicas de Viagem, acabou nos aproximando e quando vi, lá estava ela, aos 60 anos de idade, de malas prontas rumo  à Itália! E que viagem sensacional! Vamos ver como foi?

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Como tudo começou

Sou louca por música italiana. Lá pelos meus 10, 11 anos (estou com 60), elas eram sucesso no mundo e minha mãe vivia cantando Sérgio Endrigo, Cláudio Villa, Gianni Morandi – que aliás era o gato dos meus sonhos.

Cresci, mudei pro Rio de Janeiro e o rock, seguido da MPB e de sucessos pop around the world tomaram conta da minha vida.

Há cerca de uns dois anos, uma amiga de adolescência postou no Facebook um clip de um trio de garotos italianos, cantando Il Mondo. Uau!!!!! Tudo de volta. Pesquisa daqui, procura dali e eles – Il Volo – cantavam tudo que eu adorava na música italiana e mais algumas árias de óperas famosas e canções napolitanas.

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Foi uma avalanche!!!!! Mais de uma centena de músicas baixadas no Spotify. Mas o grande espetáculo deles já tinha passado pelo Brasil. Dois deles são sicilianos. Um dos melhores lugares por onde eles passam é o Teatro Antigo de Taormina. Eu não conhecia a Sicília!

Faraglione Catania Denise Gorga
Faraglione, Catania

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Começo a procurar companhia. Irmão, aposentado pelo estado do Rio, sem receber salários, não podia. Sobrinho, sem passaporte, acho que não se interessou muito. Colegas e amigas de hidroginástica muito envolvidas com maridos, filhos e netos. A amiga que me apresentou Il Volo, mais medrosa do que eu e sem coragem pra deixar os filhos adultos. Deus, ninguém? Será que eu consigo ir sozinha?

Dois meses de indecisão, vendo os ingressos para o concerto de Taormina se esgotarem. É, não vai ser dessa vez. Mas por que não? Eu não vou encontrar lá gente mais complicada que a daqui do Rio. Eu vivo aqui sozinha e me saio bem. Não tenho medo de avião. Meu inglês é bem razoável. Eu posso pagar!

Entrei no site e, sem pensar mais, comprei o ingresso para o dia 01 de junho. Agora eu tinha um motivo concreto e caro pra me empurrar…

Sobre o roteiro

Visitei uns blogs sobre viagem e fui descobrindo a Sicília pelo computador. Sua história, suas paisagens, suas principais cidades, o cenário de tantos filmes. Imensidão Azul (The Big Blue, 1988) foi filmado em Taormina.

Mais dois meses de dor de barriga, escolhendo as cidades que gostaria de visitar, os lugares onde me hospedar, a maneira de me locomover entre as cidades, já que não dirijo. Eu queria alguma segurança. Mas a decisão estava tomada e só me restava enfrentar a situação. E da melhor maneira possível!

Primeira pergunta: quanto tempo? Fui definindo de acordo com as cidades que escolhi e o tempo que achei necessário para ver o que era indicado em cada uma – 19 dias serão suficientes. E foram!

Conheci 11 cidades. Em algumas, surpreendentes, podia ter ficado mais tempo. Em outras, menos. Mas isso só quando a gente está lá pra saber.

Catânia, Siracusa, Noto, Ragusa, Taormina, Cefalù, Palermo, Trapani, Èrice, Marsala e Agrigento.

Sozinha na Sicília: Hospedagem

Bom, agora vamos escolher os lugares para dormir e tomar o café da manhã. Sim, pra mim, hospedagem é só pra isso. O mínimo de tempo necessário pra poder andar muito e conhecer tudo (ou quase). Dormir e tomar o café da manhã… Cama e café da manhã. Em inglês, Bed & Breakfast.

As pessoas falam tanto em hostel. Qual a diferença entre hostel e Bed & Breakfasst? Ainda não sei se existe. rs rs rs Hostel sempre me traz a impressão de festa “fuzarca” e eu não sou festeira. Sou muito na minha e não gosto de “invasões” pessoais. Só chega quem eu permito. E permito pouco!

Olha daqui, pesquisa dali, e os B&B cada vez me atraíam mais, pelo preço, pela localização, pelos detalhes que apareciam nas fotos e pelas avaliações. No final da lista, apenas dois hotéis (dos quais me arrependi amargamente por ter escolhido).

Recomendo todos os B&B que escolhi:

  • Catânia: Al Duomo Inn – 10 passos da Piazza del Duomo e da principal via de acesso a tudo. Max e Tiziana, proprietários são uns amores e o alojamento um encanto. 89 euros/noite (Jun 2017).
  • Siracusa: Il Labirinto – fica poucos metros da principal praça de Siracusa e mais alguns do mar. Muuuuito bom. 67 euros/noite (Jun 2017)
  • Taormina: Villa Giannina – um espetáculo! Susana, a proprietária, quando descobriu que eu preferia pão fresco no café da manhã, tirou o marido da cama e o mandou pra padaria comprar pão pra mim. Muitos detalhes mimosos no quarto. Um pouco longe das principais atrações, mas nada que impeça de fazer tudo. 57 euros/noite (Jun 2017)
  • Cefalù: Lirma – 10 passos da praia e da Lungomare (avenidas a beira-mar) e mais 10 para o centro histórico. No quarto te esperam, além das toalhas fofas, roupão e chinelos. Uma delícia. Esse foi caro, mas valeu a pena: 110 euros/noite (Jun 2017).
  • Palermo: Khalisah – longe das principais atrações mas a 10 passos de um ônibus gratuito, que te leva e te traz a cada 15 minutos. Questão de gosto: não gostei da decoração, mas me apaixonei pelo dono, que me mostrou lugares que não estavam planejados na continuação da viagem e que amei incluir. A vizinhança é estranha mas o controle geral dos carabinieri fica ao lado. 52 euros/noite (jun 2017)
  • Trapani: Granveliero – muito próximo de tudo e com acesso fácil a outros lugares. Fiz um bate e volta a Èrice, burgo totalmente medieval, que vale muito a visita. 52 euros/noite (Jun 2017)
  • Marsala: Viacolvento – meio hotel, meio B&B e muito confortável. Foi onde encontrei dois anjos pra me socorrer. Tive uma crise de pânico ao saber que não há rodoviária em Marsala e que eu teria que pegar o ônibus pra Agrigento no meio da rua. Eles combinaram tudo, me levaram de carro até a parada do ônibus e me botaram lá dentro. 78 euros/noite (Jun 2017) e uma garrafa de vinho Marsala te esperando na geladeira…
  • Agrigento: I Segreti della Valle – uma paixão! Quarto com varandão e muita atenção aos detalhes. Espumante na geladeira, te esperando. De graça! Não consigo lembrar o nome da dona, mas quando eu disse que adoro cerejas, nunca mais faltou um prato delas no meu quarto. Fica longe de tudo, mas parece ter transporte fácil. Eu, que já estava cansada, acabei usando mais táxi do que tinha feito até então. 76 euros/noite (Jun 2017)

São todos bem localizados, limpos, com os donos a frente e muito atentos aos detalhes que fazem toda a diferença. Escolhi quartos individuais e com banheiro privativo, porque, como sempre digo, sono e banheiro eu não divido com estranhos.

Sozinha na Sicilia: organização da viagem

Preferi fazer tudo sozinha, com a assessoria luxuosa da minha amiga e xará Denise Tonin, pois tenho trauma com agência de viagens. É um trauma de mais de 20 anos, mas continuo preferindo fazer do meu jeito. Se der certo, mérito meu, se não der, problema meu e não imposição de terceiros.

Chegou a hora

E chega o dia do embarque! Ansiosa, sim, mas estranhamente calma!

Claro que o voo atrasou e eu perdi a conexão de trem em Nápoles. Primeiro desafio: resolver a questão. Eu falava inglês, o senhor do guichê italiano, mas nos entendemos e deu tudo certo.

Chego a Catânia e rumo ao primeiro B&B da minha vida. Tudo fechado, uma imensa e grossa porta de madeira. Olho pra todos os lados e não vejo ninguém com cara de que trabalhasse ali. Ai, meu Deus!!!!! E agora? Tcharam! Um interfone! Toco, atende uma voz masculina pra quem explico que estou ali e que tenho uma reserva. Via interfone, chega um murmúrio do qual só entendo “five minutes”. What? Mmmmmm five minutes… Sorry, I can’t understand! Mmmmmm five minutes… Five minutes per chè, signore? I’ll arrive in five minutes!!!!! Ah, ok!!!!!

Em menos de cinco minutos, chega Max, um dos donos, e com a maior paciência do mundo, me explica que B&Bs não mantém recepção e que só ficam no local esperando, se você avisa o horário em que vai chegar. Coisa que eu não tinha como saber… mas a lição foi bem aprendida!

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Ahhhh, a Sicília

Vamos a Sicília! Encantadora! Tem opção para todo o tipo de turismo: histórico (muito), praia, esportes náuticos, gastronomia, bons vinhos (anunciados, eu não bebo), compras, arte, música… Enfim…

O meu tipo foi o histórico. Adoro a mitologia grega e foi emocionante conhecer e caminhar por caminhos e templos percorridos e frequentados, na pré-história, por pessoas que cultuaram deuses e mitos.

Sozinha na Sicilia Valle dei Templi Concordia
Valle dei Templi, Concordia

Descobrir que algumas igrejas católicas foram edificadas a partir de templos pagãos, que eram fechados e transformados. Conhecer todo o esplendor do barroco em nem sei quantas igrejas que eu visitei – cada uma mais linda que a outra. Ficar ainda mais perplexa com a grandiosidade e a riqueza das igrejas. E, ao mesmo tempo, dar uma chegada na praia, de manhã cedo (depois enche e eu não gosto), e molhar os pés nos mares Jônico, Tirreno e Mediterrâneo.

Sozinha na Sicilia Praias
Cefalu, Mar Jonico e Mar Mediterraneo, Scala dei Turchi

Almoçar um arancino – bolinho de risoto típico da Sicília (e grande, pra mim era um almoço) ou um panino (sanduíche com baguete e vários tipos de frios e queijos), tomar uma granita – um sorbet maravilhoso e típico deles – no meio da tarde e visitar um bom restaurante indicado pelo B&B para o jantar. Nada muito caro ou especial, mas tudo muito gostoso.

Sozinha na Sicília Granita
Bam Bar, Taormina

Algumas incursões em restaurantes de comida pronta não foram bem sucedidas, Nada que não desse pra comer, mas também nada pra recomendar. A massa deles fica aquém do “al dente” e chega a ser crua em determinados lugares. E eles usam muito menos sal do que estamos acostumados. Não deixe de comer uma bruscheta de pomodoro e uma pasta alla Norma – em homenagem a ópera de Bellini. São muito locais e deliciosas

Ah, antes que eu esqueça, granita vicia! rs rs rs  Depois que provei, não consegui mais ficar sem. E as melhores são as do Bam Bar em Taormina e da Cochiglia em Trapani. Artesanais e feitas com fruta fresca, são imbatíveis. Mesmo as outras são boas, mas não se comparam àquelas duas.

Em termos de natureza, tem que conhecer a Isola Bella, em Taormina e a Scala dei Turchi em Agrigento.

Sozinha na Sicília Isola Bella Taormina-min
Isola Bella, Taormina
Sozinha na Sicilia Scala dei Turchi Agrigento
Scala dei Turchi, Agrigento

Bom, e vocês se lembram que o gatilho pra isso tudo foi o concerto do Il Volo, em Taormina, né? Chama-se Notte Magica e o é! Música perfeita, num cenário natural perfeito, ao ar livre, com cantores e orquestra maravilhosos. Emocionante! O Antigo Teatro Grego de Taormina, com o Etna fumegando ao fundo é indescritível!

Sozinha na Sicilia Show Il Volo-min
Show Il Volo

Meu bônus, foi encontrar Ignazio Boscheto – um dos ragazzi de Il Volo, no dia seguinte, em frente ao Bam Bar de Taormina, onde fui para tomar mais uma granita.

Sozinha na Sicília Ignazio Boscheto
Ignazio Boscheto,Il Volo

Sobre a Segurança Sozinha na Sicília

E o melhor de tudo: com segurança!!!!! Eu não vi pessoas “suspeitas”, mas os Carabinieri circulam pelos espaços turísticos o tempo todo…

Em momento nenhum fui importunada ou desrespeitada… Vi algumas caras surpresas ao saberem que eu estava sozinha, mas nunca uma reclamação ou não aceitação.

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Sobre novos amigos

Nos B&Bs, na hora do café, jovens e maduros se mostravam simpáticos e incentivadores quando sabiam que eu estava viajando sozinha. Não deu pra fazer amigos, porque tanto eu, quanto os outros hóspedes, estávamos por muito pouco tempo em cada lugar – em geral apenas uma noite. Mas tenho certeza de que deixei e trouxe comigo, boas lembranças dos proprietários com quem convivi um pouco mais e que foram muito atenciosos e carinhosos comigo.

Sozinha na Sicilia Denise Gorga Erice
Erice

O que me incomodou

Duas coisas tristes e chatas:

  • gente pedindo esmola nas portas das igrejas das grandes cidades. E o que é pior, gente de idade. Muito duro ver pessoas idosas precisando pedir ajuda desse tipo.
  • nunca, nunca, mas nunca mesmo, escolham um hotel chamado CENTRALE EUROPA em Catânia. Quando cheguei, já no caminho de volta, todos os meus sentidos berraram em alerta e eu decidi não ficar lá! E pra onde ir? Max, lá do primeiro B&B em que fiquei, me salvou indicando um outro B&B – eles estavam lotados – que podiam me receber, o Palazzo Brucca. Não se compara ao Al Duomo Inn, mas é limpo, confortável e tem uma equipe ótima.

Para quem tem pouco tempo na Sicília

Se por um acaso, alguém tiver apenas algumas horas na Sicília, dê um jeito de chegar a Taormina – fica a apenas 56 quilômetros do Aeroporto de Catânia. Você vai chegar pela Porta Messina e vai estar a alguns passos do funicular que leva à praia, em frente a Isola Bella. É realmente bela. Quando voltar, atravesse a Porta e vá até o Bam Bar tomar uma granita.

Sozinha na Sicilia Vale dei Templi - Dioscure
Vale dei Templi, Dioscure

Se você prefere a história, atravesse a Porta, visite o Teatro Antigo e, de novo, não deixe de passar no Bam Bar e tomar uma granita.

Final da história

O final dessa história é que eu me descobri mais forte do que imaginava, mais corajosa do que imaginava e muito mais capaz de resolver qualquer situação. Não preciso mais esperar ou desistir de alguns sonhos por falta de companhia. E também aprendi que todas somos corajosas, algumas só não descobriram ainda!

Bom, espero que vocês tenham gostado desse super relato da Dê. Uma viagem, sem dúvida, sensacional. E, pra finalizar, este post tão lindo da Denise, Sozinha na Sicília, deixo o depoimento dela lá no grupo do Facebook, que incentivou e emocionou muitas mulheres.

Denise Gorga Depoimento Grupo

Espero que você tenha gostado do relato da minha querida amiga Denise Gorga sobre viajar sozinha na Sicília. Estou louca pra fazer essa viagem.

Picture of Denise Tonin

Denise Tonin

Para mim o que realmente importa não é a quantidade de países que visitei, mas o quanto consegui me conectar com cada lugar e com as pessoas que cruzei pelo mundo. E o mais incrível de viajar sozinha é o quanto consegui me conectar comigo mesma! Busque por conexão, se entregue e verá a mágica acontecer. Suas viagens, além de incríveis, serão transformadoras!

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10 comentários em “Sozinha na Sicília: experiência única na Itália por Denise Gorga”

  1. Katia Oliveira

    Adorei seu blog. Viajo sempre sozinha. Liberdade de fazer o que quero e gosto. Estou seguindo você no Instagram. Grande abraço. Katerine

  2. Semiramis lopes

    Adorei !!!!
    Estou indo em maio para a Sicília.
    Vou tomar muitas granitas….
    Planejando ir para Myanmar e Butão em outubro…só falta companhia…
    obrigada

  3. Lilian Azevedo

    Linda história, é preciso ter coragem para empreender uma viagem sozinha mas a Denise se organizou bem e imprevistos acontecem sozinha ou acompanhada. Bacana e que essa tenha sido uma experiência fortalecedora para que ela repita sempre que quiser ou precisar. beijos, Lilian

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