Você sabe o que é turismo de experiência? Deixa eu tentar te explicar.
O que você prefere fazer quando viaja? Um rafting ou um rafting espalhando sementes nas margens do rio? Visitar uma olaria ou tomar um café da tarde em uma olaria e fazer a sua peça de barro, enquanto bate um papo?
Assistir uma roda de capoeira ou aprender a jogar nela? E comprar os ingredientes que serão usados no seu almoço? Não é legal? Já pensou em dar banho em uma tartaruga? E viajar no barco de um pescador ouvindo a sua história de vida?
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Isso se chama turismo de experiência e foi o que fiz durante dois dias em Floripa no ano de 2015. É uma outra maneira de explorar um destino! É quando deixamos de ser apenas ouvintes, “seguindo a boiada” e passamos a ser personagens também. Interagimos com as pessoas, com o ambiente; trocamos e, principalmente, vivenciamos os momentos fazendo uso de todos os nossos sentidos.
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Mas essa maneira de explorar um local, depende, obviamente de cada um. Não quer dizer que é a melhor ou a mais correta forma de conhecer uma cultura. É apenas mais uma opção, que te tira do modo contemplativo e passivo e te coloca no meio da ação.
O que posso garantir é que é uma experiência super rica e fascinante. Na minha opinião, coloca na sua bagagem lembranças sensacionais e difíceis de serem esquecidas.
E quando falamos de Santa Catarina ou Floripa, lembramos quase sempre só de praias lindas, não é mesmo? E sim, elas estão lá e são maravilhosas, mas o Estado tem muito mais a oferecer!
Pude ter uma pequena prova, em dois dias super intensos, durante uma press trip, que reuniu 16 jornalistas, para conhecer o projeto Turismo de Experiência: Santa Catarina em todos os sentidos, organizado pelo SEBRAE SC, com apoio da Prefeitura Municipal de São José.
Fiquei surpresa com a quantidade de experiências que você pode ter na Grande Florianópolis. Dá uma olhadinha em tudo que fizemos nesses dois dias.
Claro que algumas das experiências virão com mais detalhes em outros artigos, mas já dá para você ter uma ideia de quanta coisa legal você pode fazer e planejar um roteiro com atividades além das praias.
No link abaixo, você pode baixar o folder que contém todas as atividades oferecidas no Turismo de Experiência e também os contatos para reservas e mais informações.
Folder Turismo de Experiência | Florianopolis
Turismo de Experiência – Atividades
Dia 1
Iniciamos nosso roteiro do turismo de experiência pelo Mercado Público de Florianópolis, onde fomos comprar os ingredientes para o nosso almoço: peixe, temperos orgânicos frescos e uma cachacinha.
Esta atividade chama-se Paladares da 10a. Ilha e nos levou a um passeio pelo centro histórico de Floripa, guiado pela super simpática e elétrica, Cláudia Martins. Chegando no restaurante Conselheiro do Paladar, preparamos nossas marmitas e seguimos viagem a pé até a Ponte Hercílio Luz, um dos cartões postais da cidade.
Nosso próximo destino foi a primeira reserva de uso sustentável no sul do Brasil: a Reserva Extrativista Pirajubaé que, em tupiguarani, quer dizer peixe de cara amarela ou o caminho dos berbigões.
A reserva possui uma área de mais de 1.400 hectares, lindas paisagens e é onde realiza-se a coleta do berbigão (molusco), presente nos pratos típicos da região.
Fomos recebidos pelos pescadores Assis (69 anos, sendo 57 de pesca nessa reserva), seu filho e também seu Aristides (55 anos). A bordo de pequenos barcos, seguimos até o banco de areia, onde pudemos participar de uma tarrafada, saber detalhes sobre a coleta do berbigão e apreciar a linda vista do lugar. Na volta pudemos nos deliciar com peixinhos frescos fritos, saladinha e um maravilhoso pirão.
Próxima atividade do turismo de experiência – a que eu estava esperando ansiosamente – OstraXperience. Visita a uma fazenda marinha, onde aprendemos com seu Beto, como é feito o cultivo de ostras.
Pudemos fazer uma degustação de ostras in natura – minha preferida – e também ao bafo, tudo isso regado a espumante da Abreu Garcia (vinícola catarinense).
Também tivemos o prazer de conhecer e degustar a cachaça local Armazém Vieira. O Sr. Wolfgang Schrader nos contou um pouquinho da história da cachaça e nos presenteou com uma garrafa da Safira, armazenada em tonéis de madeira ariribá e grápia. Almoçamos no restaurante Trapiche das Ostras (Praia da Costeira do Ribeirão), que tem uma bela vista do sul da ilha e comidinha caseira muita boa.
Hora de partir e visitar as cabeçudas – tartarugas – no centro de visitantes do Projeto Tamar, que fica na Barra da Lagoa, distante 25 km do centro de Floripa. Lá pudemos alimentar e dar banho nas tartarugas, que é muito legal. Vou escrever mais sobre isso em outro artigo.
O Tamar Floripa atua desde 2005, auxiliando na conscientização e educação ambiental dos visitantes, da comunidade e também dos pescadores. Um trabalho lindo que vale a pena ser conhecido e reconhecido!
Lá no Tamar conhecemos também o trabalho da Água Viva Mergulho e ganhamos um super presente! Um voucher para um batismo com identificação de espécies marinhas. Obrigada! Eu que nunca mergulhei tenho que voltar correndo, não acham? Mas o que gostei mesmo sobre esta escola é que é a única no sul do Brasil habilitada para dar cursos de mergulho para pessoas com deficiência. Eles tem um barco adaptado e instrutores treinados para este fim. Palmas pra vocês!
Seguimos para a Barra da Lagoa para o passeio O Homem do Mar. Fomos de barco de pesca artesanal até as Piscinas Naturais ouvindo reggae. Uma delícia! O lugar é lindo e é lá que está a Pedra do Frade, que durante o solstício te permite ver o nascer do sol entre as duas rochas.
Hora de experimentar o Floripa by Bus que oferece 5 roteiros diferentes para você explorar a ilha. Fizemos um roteiro um pouquinho diferente dos oferecidos, pois já era noite, mas deu para conhecer o ônibus e ver como funciona. Ouvimos músicas nativas e conhecemos um pouco da história da ilha. O que achei muito legal é que o ônibus ofecece capas de chuva e também cobertores para os dias frios. Não é o máximo? Não vi isso em Londres ou Paris. Ponto pra nós!
Na Praia dos Ingleses fizemos duas paradas: Pousada Favareto, super bem localizada, confortável e que oferece a atividade Jogos da Experiência, voltada para grupos da melhor idade. Havia um pessoal super animado jogando carteado. Me lembrou muito quando chovia nas férias e formávamos grupos para jogar cartas na praia. Eu adorava e me juntaria a esse grupo, sem a menor dúvida. Tem várias opções de jogos: tranca, canastra, ping pong, sinuca e por aí vai.
Depois participamos do Faça você mesmo a sua Caipirinha no Restaurante Canto do Mar, que fica no hotel Costa Norte, também nos Ingleses. Você recebe a receita e prepara a sua caipirinha. O restaurante é super bonito e fica na beira da piscina. Foi super divertido e é mais uma opção de lazer à noite na Praia dos Ingleses.
Para finalizar o nosso dia super intenso, visitamos o Jardim do Rancho, espaço para eventos, que oferece a atividade Ratones uma experiência da Terra ao Prato. Participamos de um happy hour com produtos orgânicos cultivados na horta do rancho e pudemos experimentar canapés com PANC’s (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Tudo muito delicioso, sabores e aromas diferentes pra mim e feitos com o maior carinho!
Dia 2
Iniciamos o dia com uma tour por Jurerê Internacional, que fica ao lado da praia de Jurerê, no norte da ilha. É um empreendimento imobiliário desenvolvido pelo grupo Habitasul e possui uma estrutura grande de lazer com diversos restaurantes, bares e casas noturnas. São 2 km de praia com mar verdinho e calmo.
Também visitamos o Il Campanario Villagio, um resort super bacana, com estrutura de quartos para receber a família por uma temporada mais longa e com várias atividades como shows, piscina aquecida, academia, etc.
Seguimos para o município de São José, para conhecer A Magia do Barro no atelier d’As Meninas da Terra, onde fomos recebidos com uma linda mesa de café, cheia de delícias! Conhecemos um pouco da história das meninas Rita de Cássia Stotz, Rosilene Guedes Secco e Marizete Paseto Zonta, que se conheceram na Escola de Oleiros e tivemos a oportunidade de, com elas, moldar peças em barro e pintá-las, levando uma super lembrança na mala 🙂 Adorei!
Paramos na pracinha da cidade e tivemos um bate papo com a Maricotinha, figuraça, que nos fez rir demais com as expressões da terra, como “segue reto toda vida” ou “mofax com a pomba na balaia”, típicas dos manezinhos e que só eles conseguem entender.
E conhecemos a Soulvenir que cria lembranças interativas, inspiradas na cultura local, ideia de 3 jovens manezinhos – Alexandre, Thiago e Fernando – empreendedores que começaram com poucas peças para presentear os amigos e que hoje estão em vários pontos de venda espalhados pela cidade, e também são vendidas online e na loja ambulante montada em uma kombi.
No coreto da praça pra nos abrigarmos da chuva que não deu trégua, conhecemos o História para Todos, roteiro oferecido pela Daisy, carioca que mora há 19 anos em Floripa.
O Floripa Free Tour segue os moldes das tours oferecidas na Europa, onde você paga com gorjetas ao final do passeio, disponibilizando a quantia que quiser. O grande diferencial desta tour é o roteiro para surdos, feito em libras, o que possibilita às pessoas com deficiência, o acesso ao patrimônio histórico e cultural da região. Achei sensacional esta iniciativa e espero que ela sirva de exemplo para outras cidades no Brasil.
Demos uma passadinha rápida na Biblioteca da cidade, onde Dona Regininha – olha que senhorinha mais fôfa e querida – nos ensinou a fazer as bonequinhas Abayomi, feitas pelas mães escravas com pedaços de tecido de suas saias. As bonequinhas não são costuradas, são feitas apenas com nozinhos. A palavra Abayomi significa “aquele que traz felicidade” e diz a tradição africana que eram feitas como um amuleto de proteção espiritual.
Com nossas bonequinhas, partimos para almoço na Osteria Dino, uma autêntica trattoria italiana, que nos recebeu carinhosamente com um belo almoço. Um vasto buffet de saladas e minha opção foi o gnocchi que estava delicioso.
Partimos para Santo Amaro da Imperatriz para conhecer o Ecorafting, oferecido pela Apuama. Antes de começar a aventura, você prepara “munição” com barro e sementes de árvores nativas, que serão arremessadas com estilingues nas margens do Rio Cubatão, como forma de reparação da mata ciliar.
A descida tem mais ou menos 3 km e duração de 1h30. Não participei da atividade, mas quem foi amou! Com certeza eu farei, mas em um dia mais convidativo, sem a chuva que nos perseguiu o dia todo.
Terminamos nosso dia em Biguaçu, no belíssimo Museu Etnográfico Casa dos Açores, construído por escravos, para vivenciar Entre gingas e histórias, a Capoeira! Pela voz do Mestre Tuti e do grupo, conhecemos um pouco da história de um dos patrimônios da humanidade e pudemos ver e participar da roda, terminando nossa noite com caldinho de feijão e degustação de cachaça da região. Foi super bacana!
Como dá para ver, tem programação pra todos os gostos e idades. E o que ficou destes dois dias em Floripa? A certeza de que o turismo de experiência cresce a cada dia e que Floripa tem muito mais opções de lazer do que somente as belas praias!!
O Viajante Solo viajou a convite do Sebrae SC de 01 a 04 de Dezembro 2015, porém o texto é isento e reflete a minha experiência real durante estes dias.
9 comentários em “Turismo de Experiência em Florianópolis”
Boa tarde.
Não consegui achar o link para baixar o folder das Experiências com os contatos. Pode me passar por aqui?
Gostaria muito de fazer uma coisa assim com minha mãe.
Agradeço desde já.
Oi Flávia, tudo bem ? Esta viagem aconteceu em 2015 e talvez algumas experiências não estejam mais acontecendo. O folder está aqui https://drive.google.com/file/d/0B2uFj8j2Vh-vQzhxWFdGeVFkZEE/view?resourcekey=0-XT6YJyEWheSL8wBZoCNtmw Abs Denise
Ahhhhh que demais! Adorei o Ecorafting e Homem do Mar! Como Floripa tem coisas legais pra fazer! Obrigada pelas dicas! 😉
Tem sim, Pam! Mas a gente acaba só olhando pras praias! Que bom que gostou! beijos
Eu tenho lido bastante sobre turismo de experiencias nos últimos tempos e quero muito experimentar, acho que assim a gente consegue entender mais o lugar por onde a gente viaja.
Eu adoro o Projeto Tamar!!! Já visitei dezenas de vezes o de Ubatuba e umas 2 ou 3 vezes o da Praia do Forte. Ah, nos ônibus de turismo como esse daí na Europa, quando faz frio ou chove, eles costumam fechar uma parte do ônibus, o que acaba prejudicando as fotos… A solução dos cobertores e capa de chuva é melhor!
Quanta experiência legal!
Eu querooooo!!
Adorei as fotos, curti pelo Instagram e quero curtir aqui mil vezes.
Beijo
Sensacional esta experiência… adoraria ter vivido ela com vocês!
Volte para mergulhar sim!!! Se bobear,vou com você!!! bj
Ah! Eu fiquei morrendo de vontade de fazer um monte dessas experiências. Principalmente o Rafting que A.D.O.R.O. 🙂