Já imaginou viajar o mundo sem gastar nada com a hospedagem? Uma das tendências das viagens internacionais é o Work Exchange, uma espécie de intercâmbio de trabalho, que possibilita que viajantes conheçam novos lugares, troquem experiências e ainda economizem com a acomodação e alimentação.
Neste artigo explico o que é e como funciona o Work Exchange. Também vou deixar uma lista de sites que oferecem oportunidades para que você viva experiências desse tipo. Quem sabe você não fica inspirada e resolve se aventurar em um Work Exchange?
O que é Work Exchange?
“Work exchange”, em inglês, significa “troca de trabalho”. Basicamente, o Work Exchange é um programa de intercâmbio onde o viajante se oferece para trabalhar em troca de um lugar para se hospedar.
Em resumo, funciona mais ou menos como uma espécie de permuta: eu ofereço o meu tempo, meu conhecimento e o meu condicionamento físico em troca de uma cama para dormir e, muitas vezes, alimentação.
As opções de trabalho são as mais variadas, mas geralmente envolvem trabalho braçal. Pode ser uma atividade burocrática em uma pequena empresa ou cuidar da recepção de um hostel ou pensão, bem como ensinar um idioma estrangeiro, auxiliar no dia a dia de uma fazenda ou até ajudar em uma construção.
Os tipos de hospedagem (e conforto) também variam conforme as ofertas disponíveis. O viajante pode ficar hospedado em um hostel, pode ficar em um quarto em uma casa de família, pode dormir no sofá e por aí vai. Alguns hosts (anfitriões)também podem oferecem refeições, mas isso não é uma obrigação.
Como funciona o Work Exchange?
Assim como o Couchsurfing, o Work Exchange também é realizado através de sites e plataformas online que buscam unir pessoas que querem viajar com anfitriões que buscam auxílio e intercâmbio cultural.
Cada programa de Work Exchange possui suas características e restrições, mas no geral o processo envolve:
- Anfitriões cadastram anúncios com o tipo de trabalho e hospedagem que estão oferecendo.
- Os viajantes cadastrados no site buscam por trabalho conforme seus interesses, habilidades e roteiro de viagem.
- O viajante entra em contato com o anfitrião cujo anúncio lhe chamou mais a atenção e negociam o trabalho.
Se o anfitrião e o viajante candidato acertarem o trabalho, começa o acerto de detalhes como: data de chegada e saída, horários de trabalho, tarefas e responsabilidades, assim como as obrigações do anfitrião. Isso deve ficar muito bem acertado para não haver problemas quando chegar no destino.
Ao chegar no local, o viajante deve realizar o trabalho conforme o que foi combinado através do site. Da mesma forma, o anfitrião deve cumprir com tudo que foi ofertado no anúncio e também acertado previamente.
Através dos sites voltados ao Work Exchange, é possível conferir mais informações sobre cada anfitrião, bem como ler as avaliações de outros viajantes que já passaram por aquela oportunidade de Work Exchange.
Para quem serve?
A maior parte do público que busca realizar um Work Exchange são jovens com idade entre 19 e 32 anos, que já se formaram na faculdade ou ainda estão cursando uma graduação. Em geral, esse público busca melhorar o currículo e desenvolver um novo estilo de vida, onde a troca cultural e pessoal, além das experiências de vida são prioridades.
Muitas pessoas que optam por fazer um Work Exchange estão fazendo um ano sabático ou são adeptos do nomadismo digital – prática em que a fonte de renda é totalmente online, permitindo que o profissional viaje o mundo, enquanto trabalha de forma remota.
Se você leu até aqui, já deve ter ficado claro que o Work Exchange é o tipo de experiência que é preciso ter disposição. Esse é um modelo de viagem mais desafiador e sem muito conforto. Ou seja, não é para todo mundo.
Mas se você acha que viajar o mundo em troca de trabalho soa como uma ideia incrível, se joga! Se achar que é loucura, tá tudo bem também. O que importa é a gente viajar e se sentir confortável com as nossas escolhas. Afinal, tem estilo de viagem para todo mundo 🙂
Quais os trabalhos oferecidos?
A maioria das oportunidades de Work Exchange costuma envolver algum tipo de trabalho braçal. Em fazendas, o trabalho envolve cuidar de hortas e da colheita, alimentar animais, limpar estábulos, fazer compostagem, ajudar na produção de doces, queijos, bebidas, etc.
Já nos centro urbanos, as opções de Work Exchange geralmente são relacionadas a dar aulas de idioma, cuidar de crianças, fazer pequenos reparos em residências e ajudar em pequenas lojas ou mercados, entre outros.
Alguns hostels oferecem a possibilidade do viajante trabalhar na recepção, no bar e/ou na limpeza dos quartos e ambientes.S
Sites onde encontrar oportunidades de Work Exchange
Workaway
A plataforma Workaway possui mais de 40 mil anfitriões cadastrados em mais de 180 países. O site permite que você pesquise oportunidades de trabalho através das categorias: ONGs, famílias, escolas, animais, comunidades, barcos, projetos sustentáveis, vida na fazenda e cuidar de casas (House Sitting).
O Workaway ainda divide os viajantes entre “workawayers” e “language learners”, oferecendo opções especiais e dicas para quem tem interesse em aprender um idioma durante a experiência. Além disso, a plataforma também oferece serviços de turismo em parceria com hostels e agências locais e ainda permite a contratação de um seguro contra adversidades.
Para ter acesso ao Workaway é necessário se registrar no site e pagar uma taxa de US$ 42 anuais. O pagamento é feito por cartão de crédito ou PayPal.
HelpX
O HelpX oferece uma lista online de hospedeiros que buscam pessoas interessadas em realizar os mais variados tipos de trabalho, desde atividades em fazendas e sítios, até auxiliar em pousadas e hostels. A plataforma atua principalmente na Austrália, Nova Zelândia, França, Canadá e EUA.
Segundo a descrição do site, os viajantes geralmente trabalham de 3 a 6 horas por dia e precisam estar preparados para “trabalhar duro”. Alguns hospedeiros fornecerm comida grátis, mas isso varia conforme as oportunidades.
Você pode se cadastrar gratuitamente no site para conferir as oportunidades que são divulgadas. No entanto, só é possível entrar em contato com um host após se registrar como “premium helper” (“ajudante premium”, em inglês). O preço é € 20 por 2 anos.
Worldpackers
A comunidade Worldpackers é composto por mais de 1 milhão de viajantes e anfitriões em 170 países. O grande diferencial desta plataforma é que muitas oportunidades são voltadas para o público nômade digital, então, existem opções de trabalhos nas áreas de marketing, ensino, comunicação e tecnologia, além dos projetos ecológicos, de impacto social e em hostels.
É possível se cadastrar gratuitamente no site, que oferece oportunidades de trabalhos que combinam com os seus interesses pessoais. A plataforma também possui uma série de artigos, vídeos e cursos que explicam como funciona o Work Exchange e a vida de nômade digital.
Para se candidatar a um trabalho, é preciso virar um Membro Verificado, plano que custa US$ 49,00 ao ano.
WWOOF
WWOOF é uma sigla que significa “World Wide Opportunities on Organic Farms”, que em português significa: oportunidades mundiais em fazendas orgânicas. O nome é bem autoexplicativo e este site de Work Exchange é totalmente voltado para trabalhos em fazendas espalhadas pelos cinco continentes.
As fazendas são divididas entre as que são coordenadas pela própria WWOOF e as que são coordenadas por parceiros da organização. Cada país onde a WWOOF atua possui o próprio site onde é possível se registrar e conferir as vagas de trabalho disponíveis.
Pelo o que percebi, o valor do cadastro da organização varia conforme o país em que você tem interesse de ir. Se quiser se registrar em mais de um país, precisará pagar uma taxa para cada.
E aí? O que achou da ideia de fazer um Work Exchange? Me conta nos comentários!
2 comentários em “Work Exchange: o que é e como funciona”
Obrigado pelo post. Muito legal e dá uma ideia geral desse work exchange. Interessei-me muito em ser voluntário em fazendas. Valeu
Olá Cláudio, tudo bem ? Fico feliz que tenha gostado. Depois me conta se experimentou ser voluntário. abs