Um dos passeios mais comoventes e impactantes que visitei em Budapeste foi o memorial Os Sapatos nas Margens do Danúbio, em húngaro, Cipők a Duna-parton. Ele foi criado para homenagear as centenas de judeus que foram assassinados às margens do rio Danúbio durante a Segunda Guerra Mundial.
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Localização
O memorial está localizado a margem do Danúbio, entre a Ponte das Correntes e a Ponte Margarida. Esta área é Patrimônio Mundial da UNESCO e oferece uma bela vista. Fica no lado Peste da cidade e também está próximo do Parlamento Húngaro.
Acesse a localização no Google Maps.
Breve história e contexto
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944, quando a Alemanha nazista ocupava a Hungria, o regime fascista local, liderado pelo Partido da Cruz Flechada, iniciou uma campanha brutal de perseguição contra os judeus.
Nos últimos meses da Guerra, o partido assumiu o poder através de um golpe e durante seu reinado de terror, estima-se que 10.000 pessoas foram assassinadas nas ruas e cerca de 80.000 foram enviadas para campos de concentração.
Milhares de judeus foram forçados a sair de suas casas em Budapeste, levados para as margens do Danúbio, onde eram executados sumariamente.
Aqueles que aguardavam a execução recebiam a ordem para tirar seus sapatos, que eram considerados extremamente valiosos durante a guerra. Os membros do pelotão de fuzilamento coletavam os sapatos para usarem ou os vendiam.
Os judeus eram alinhados nas margens do rio e baleados. Após a execução, seus corpos seus corpos caíam na água fria e eram levados pela correnteza para longe da cidade. Somente os sapatos ficavam como testemunho da atrocidade cometida.
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O impacto emocional de visitar o memorial
Cada par de sapatos serve como um símbolo poderoso das vidas interrompidas e das pessoas que foram brutalmente assassinadas. A simplicidade e a força visual do memorial convidam a gente a refletir sobre a desumanidade da guerra e a importância de jamais esquecer tais eventos atrozes.
Quando você pensa que ali onde você está caminhando tranquilamente, pessoas caminharam para a morte, cheias de desespero e medo, não tem como não se emocionar. É uma experiência muito intensa, triste e que traz incredulidade.
Olhar para aqueles sapatos que um dia foram ocupados por pessoas causa dor e muita tristeza. São 60 sapatos de todos os tamanhos, masculinos e femininos, assim como pares infantis.
Passei algum tempo sentada por ali observando aquilo tudo e pensando… será que todo mundo se sente assim quando vê Os Sapatos nas Margens do Danúbio. Porque muito além de um ponto turístico de Budapeste, representa um atrocidade cometida que jamais deverá ser esquecida.
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Criação do Memorial Os Sapatos nas Margens do Danúbio
O memorial foi concebido por meio de uma colaboração entre o escultor Gyula Pauer e o diretor de cinema Can Togay, e foi inaugurado em 16 de abril de 2005.
São 60 pares de sapatos de ferro, reproduzindo com realismo detalhes de calçados da época, incluindo sapatos masculinos, femininos e infantis. Esses sapatos estão fixados ao longo do calçadão, alinhados na margem do rio, em uma extensão que retrata a trágica linha de execução.
Os Sapatos nas Margens do Danúbio é um dos memoriais mais emocionantes e significativos de Budapeste que jamais vou esquecer. Seu impacto visual e emocional garante que as histórias das vítimas do Holocausto não sejam esquecidas e continuem a educar futuras gerações sobre os horrores da intolerância e do ódio.
2 comentários em “Os Sapatos nas Margens do Danúbio, memorial do Holocausto”
Visitei Budapeste, linda cidade. Realmente a visão dos sapatos é impactante, triste, e é interessante conhecer a história do que ocorreu para que o nosso olhar seja de acolhimento no coração e oração por todos que sofreram. Um olhar vindo do coração, caso contrário a pessoa (turista) fotografa por um simples ato mecânico e posta em redes sociais….ou então passar naquela calçada e dizer, como eu ouvi, “quero lá saber desse negócio”…..penso que entender os horrores de guerras nos mostra até onde chega o pior de nós, seres humanos, quando seguimos cegamente certas ideologias.
Verdade, Marilia! Concordo com suas palavras. Vi muitas pessoas so tirando fotos por tirar, sem nem entender bem do que se tratava, assim como vi pessoas fazendo selfies alegres em Auschwitz. Triste! Mas Budapeste e linda demais, ne? Beijo grande